Existem coisas que mudamos para o bem daqueles que convivem conosco. Existem coisas que mudamos para o bem daquele que vive em nós: nós mesmos. Existem coisas que não mudamos para o bem daquilo que somos.
Destas coisas imutáveis, devo ressaltar algumas sobre mim.
Vou embora cedo de festas. É uma tradição minha. Eu chego cedo, converso com as pessoas enquanto elas ainda estão sóbrias e calmas. Aproveito pra dançar e rir enquanto as piadas ainda fazem sentido. Vou embora antes da metade da festa. Não gosto de fim de festa, de gente chorando, de cara de arrependimento, de cansaço exacerbado pelos excessos (redundância necessária, obrigada).
Eu não frequento lugares excessivamente barulhentos, a não ser que eu esteja procurando e pedindo por um lugar excessivamente barulhento. Geralmente, shows. De bandas que eu gosto, exclusivamente. A única vez que fui a um show de uma banda que não gosto, foi no Reveillón e eu não estava exatamente apta a escolher nada. E não gostei.
Não gosto de leite. Bebo café puro como água, suco de laranja para acompanhar o lanche e refrigerante quando não tem opção. Leite com nescau, só se for batido com muito chocolate e gelado o suficiente pra eu esquecer que tem leite ali.
Troco pessoas por livros. Troco saídas por livros. Troco passeios de sábado a noite por livros. Troco metade do meu salário por livros. Troco presentes por livros. Troco amores por livros. Muito provavelmente e, se fosse possível, eu me trocaria por livros. Ninguém entende - eu também não - mas isso acontece. Eu sou assim. Eu gosto de livros.
Minha gastrite ataca sempre que fico nervosa. Minha asma ataca sempre que fico ansiosa. Eu fico nervosa e ansiosa com muita frequência. Tenho diversas doenças psicossomáticas. Não posso fazer nada sobre isso, então convivo com elas. Não encha o meu saco dizendo que preciso praticar exercícios: não vai mudar nada.
Gosto de praticar exercícios quando TENHO VONTADE. Fiz um ano de academia, porque quis. Parei dois, porque quis. Corro aos domingos, de vez em quando, porque tenho vontade. Correr me faz bem e eu gosto de ver que as pessoas que frequentam o parque que corro frequentam o mesmo parque, todos os domingos, no mesmo horário.
Não gosto que me mandem fazer coisas que eu não gosto só porque "é o que deve ser feito por adolescentes/meninas/pessoas como você/leitores/pessoas que gostam de filmes". Eu não me enquadro nessas categorias: ninguém, de fato, se enquadra. Poucas coisas são tão utópicas quanto pensar que uma menina vai se tornar mais delicada sendo que ela não tem um pingo de delicadeza em suas ações. É utopia imaginar que um leitor vá ler Dom Quixote sendo que seu clássico preferido tem menos de 200 páginas. É estúpido esperar que alguém que não gosta de festas faça uma festa de 15 anos só porque "é isso que fazem". É isso que fazem, não que faço - nem que farei.
Eu assisto reality shows. Assisto Big Brother quando tenho vontade. Assisti The Voice e encontrei uma das melhores cantoras que já ouvi na vida lá. E eu falo do que eu gosto o tempo todo. Eu assisti a primeira edição da Fazenda e só não assisti as demais por falta de tempo. Eu assistia aqueles programas de perguntas e respostas do Silvio Santos. Eu adoro American Idol, The X Factor e blablablá, mas prefiro os reality shows do Brasil. A gente é mais legal.
Eu não bebo. Não gosto do gosto, não gosto de perder a noção, não gosto do que isso faz com as pessoas. Sequer GOSTO de conviver com pessoas que bebem regularmente, mas, às vezes, A VIDA nos obriga a fazer isto - e ela, a vida, é uma das poucas com quem eu não discuto.
Eu discuto. Discuto quando há divergência de opinião. Não discuto quando sinto que a outra parte não vai mudar de ideia. Às vezes, estou certa. Às vezes, errada. É a vida.
E isso é o que eu sou. Essas coisas, hoje, não mudo. E hoje, sou assim. Mas isso é hoje. Amanhã eu já não sei. E essa é outra coisa sobre mim: eu não sei até quando vou saber todas essas coisas sobre mim. E meio que sou grata por isso, porque cada mudança minha acrescenta algo para a lista de coisas que eu mudo em prol dos outros e em prol de mim. E em cada mudança vejo, de fora, aquilo que tem de errado naquilo que eu fui. E, se não for vendo de fora, não consigo mudar o que tem dentro. E eu preciso sair de dentro de mim.
E só dá pra sair de dentro de mim mudando. E eu me permito mudar.
Esta é, possivelmente, a única coisa que nunca vai mudar: eu mudo.
Destas coisas imutáveis, devo ressaltar algumas sobre mim.
Vou embora cedo de festas. É uma tradição minha. Eu chego cedo, converso com as pessoas enquanto elas ainda estão sóbrias e calmas. Aproveito pra dançar e rir enquanto as piadas ainda fazem sentido. Vou embora antes da metade da festa. Não gosto de fim de festa, de gente chorando, de cara de arrependimento, de cansaço exacerbado pelos excessos (redundância necessária, obrigada).
Eu não frequento lugares excessivamente barulhentos, a não ser que eu esteja procurando e pedindo por um lugar excessivamente barulhento. Geralmente, shows. De bandas que eu gosto, exclusivamente. A única vez que fui a um show de uma banda que não gosto, foi no Reveillón e eu não estava exatamente apta a escolher nada. E não gostei.
Não gosto de leite. Bebo café puro como água, suco de laranja para acompanhar o lanche e refrigerante quando não tem opção. Leite com nescau, só se for batido com muito chocolate e gelado o suficiente pra eu esquecer que tem leite ali.
Troco pessoas por livros. Troco saídas por livros. Troco passeios de sábado a noite por livros. Troco metade do meu salário por livros. Troco presentes por livros. Troco amores por livros. Muito provavelmente e, se fosse possível, eu me trocaria por livros. Ninguém entende - eu também não - mas isso acontece. Eu sou assim. Eu gosto de livros.
Minha gastrite ataca sempre que fico nervosa. Minha asma ataca sempre que fico ansiosa. Eu fico nervosa e ansiosa com muita frequência. Tenho diversas doenças psicossomáticas. Não posso fazer nada sobre isso, então convivo com elas. Não encha o meu saco dizendo que preciso praticar exercícios: não vai mudar nada.
Gosto de praticar exercícios quando TENHO VONTADE. Fiz um ano de academia, porque quis. Parei dois, porque quis. Corro aos domingos, de vez em quando, porque tenho vontade. Correr me faz bem e eu gosto de ver que as pessoas que frequentam o parque que corro frequentam o mesmo parque, todos os domingos, no mesmo horário.
Não gosto que me mandem fazer coisas que eu não gosto só porque "é o que deve ser feito por adolescentes/meninas/pessoas como você/leitores/pessoas que gostam de filmes". Eu não me enquadro nessas categorias: ninguém, de fato, se enquadra. Poucas coisas são tão utópicas quanto pensar que uma menina vai se tornar mais delicada sendo que ela não tem um pingo de delicadeza em suas ações. É utopia imaginar que um leitor vá ler Dom Quixote sendo que seu clássico preferido tem menos de 200 páginas. É estúpido esperar que alguém que não gosta de festas faça uma festa de 15 anos só porque "é isso que fazem". É isso que fazem, não que faço - nem que farei.
Eu assisto reality shows. Assisto Big Brother quando tenho vontade. Assisti The Voice e encontrei uma das melhores cantoras que já ouvi na vida lá. E eu falo do que eu gosto o tempo todo. Eu assisti a primeira edição da Fazenda e só não assisti as demais por falta de tempo. Eu assistia aqueles programas de perguntas e respostas do Silvio Santos. Eu adoro American Idol, The X Factor e blablablá, mas prefiro os reality shows do Brasil. A gente é mais legal.
Eu não bebo. Não gosto do gosto, não gosto de perder a noção, não gosto do que isso faz com as pessoas. Sequer GOSTO de conviver com pessoas que bebem regularmente, mas, às vezes, A VIDA nos obriga a fazer isto - e ela, a vida, é uma das poucas com quem eu não discuto.
Eu discuto. Discuto quando há divergência de opinião. Não discuto quando sinto que a outra parte não vai mudar de ideia. Às vezes, estou certa. Às vezes, errada. É a vida.
E isso é o que eu sou. Essas coisas, hoje, não mudo. E hoje, sou assim. Mas isso é hoje. Amanhã eu já não sei. E essa é outra coisa sobre mim: eu não sei até quando vou saber todas essas coisas sobre mim. E meio que sou grata por isso, porque cada mudança minha acrescenta algo para a lista de coisas que eu mudo em prol dos outros e em prol de mim. E em cada mudança vejo, de fora, aquilo que tem de errado naquilo que eu fui. E, se não for vendo de fora, não consigo mudar o que tem dentro. E eu preciso sair de dentro de mim.
E só dá pra sair de dentro de mim mudando. E eu me permito mudar.
Esta é, possivelmente, a única coisa que nunca vai mudar: eu mudo.
"j'espère que la nouvelle année m'amène raisons de garder mes promesses."
"j'espère que la nouvelle année m'apporte le café."
"j'espère que la nouvelle année m'apporte le café."
Essa semana teve a tal da Maratona Literária 2.0. O objetivo é ler mais do que a gente tá acostumado.
Eu trabalho o dia todo, então é algo esquisito tentar colocar uma meta do que vou ler. Quer dizer: começou o BBB, gente. Mas no decorrer da semana, fui vendo quanto tempo perco com besteira.
Num momento X, tava passando meu café pra sentar pra ler e pensando: se não fosse pela maratona, o que eu faria? Muito provavelmente, faria alguma guloseima e iria pro computador rodar o Youtube atrás de algo legal. Ou então, sentaria na cama pra assistir seriado. E depois reclamaria que não tenho mais seriado pra assistir, porque assisti tudo.
\_(^_^)_/
Tive surpresas ótimas. Li livros incríveis. (Re)conheci Manoel de Barros, que eu nunca fui muito com a cara. Acabou que, como escritor de ensaios, ele é ótimo. A linguagem dele é extremamente poética.
Deixa a vida mais feliz.
E a literatura tem dessas coisas: cê tá cansado, triste, irritado. Senta pra ler, fica feliz e acaba dentro de um universo onde enfiar uma varinha mágica no nariz de um monstro gigante é algo ok.
Que bom que existe a literatura pra gente fugir desse mundo horrível. Que bom que existe a literatura pra gente se encontrar e se entender nas páginas escritas por alguém que se perdeu e não se encontrou em mais nenhum outro lugar - a não ser dentro de si. Que bom que existe a literatura pra gente ser feliz.
Eu trabalho o dia todo, então é algo esquisito tentar colocar uma meta do que vou ler. Quer dizer: começou o BBB, gente. Mas no decorrer da semana, fui vendo quanto tempo perco com besteira.
Num momento X, tava passando meu café pra sentar pra ler e pensando: se não fosse pela maratona, o que eu faria? Muito provavelmente, faria alguma guloseima e iria pro computador rodar o Youtube atrás de algo legal. Ou então, sentaria na cama pra assistir seriado. E depois reclamaria que não tenho mais seriado pra assistir, porque assisti tudo.
\_(^_^)_/
Tive surpresas ótimas. Li livros incríveis. (Re)conheci Manoel de Barros, que eu nunca fui muito com a cara. Acabou que, como escritor de ensaios, ele é ótimo. A linguagem dele é extremamente poética.
Deixa a vida mais feliz.
E a literatura tem dessas coisas: cê tá cansado, triste, irritado. Senta pra ler, fica feliz e acaba dentro de um universo onde enfiar uma varinha mágica no nariz de um monstro gigante é algo ok.
Que bom que existe a literatura pra gente fugir desse mundo horrível. Que bom que existe a literatura pra gente se encontrar e se entender nas páginas escritas por alguém que se perdeu e não se encontrou em mais nenhum outro lugar - a não ser dentro de si. Que bom que existe a literatura pra gente ser feliz.
acordar às 6h45, tomar banho, lavar o cabelo, fazer o café.
põe o pão na sanduicheira, coloca café na xícara, toma, tira o pão da sanduicheira. come.
sobe pro trabalho. trabalha. volta ao meio dia pra almoçar. esquenta a comida, põe no prato, come. lê vinte páginas, sobe pro trabalho.
trabalha. volta pra casa, toma banho, lava o cabelo, faz café.
senta no computador, responde os e-mails, atualiza o twitter e o facebook.
assiste dois ou três episódios de série - um filme, quando muito.
lê cinquenta páginas de um livro qualquer.
dorme.
acorda às 6h45, toma banho, lava o cabelo, faz o café.
pão na sanduicheira, café na xícara, come, sobe pro trabalho.
quase meio dia.
que bom que amanhã já é sexta.
põe o pão na sanduicheira, coloca café na xícara, toma, tira o pão da sanduicheira. come.
sobe pro trabalho. trabalha. volta ao meio dia pra almoçar. esquenta a comida, põe no prato, come. lê vinte páginas, sobe pro trabalho.
trabalha. volta pra casa, toma banho, lava o cabelo, faz café.
senta no computador, responde os e-mails, atualiza o twitter e o facebook.
assiste dois ou três episódios de série - um filme, quando muito.
lê cinquenta páginas de um livro qualquer.
dorme.
acorda às 6h45, toma banho, lava o cabelo, faz o café.
pão na sanduicheira, café na xícara, come, sobe pro trabalho.
quase meio dia.
que bom que amanhã já é sexta.
Sou grata por mais uma chance de recomeçar. De tirar fora o velho, de botar novas ideias na cabeça. De descobrir novos jeitos de alcançar os objetivos, já que os anteriores não funcionaram.
Agradeço pela coragem de continuar tentando.
Em frente.
(...)
Quem fez o amor não vazará meus olhos
porque busco a alegria.
A vida não vale nada,
por isso gastei meus bens,
fiz um grande banquete e este vestido.
Olha-me para que ardam os crisântemos
e morra a puta
que pariu minha tristeza.
- adélia prado
don't stop
thinking about tomorrow
don't stop
it'll soon be here
it'll be better than before
yesterday is gone