Eu pago minhas contas antes do vencimento. Digo bom dia pro cobrador, pro motorista, pra moça que senta na cadeira onde o apoio que seguro está fincado. Tento me manter alegre (ou pelo menos disponível) quando estou rodeada de pessoas. Sorrio fácil. Me interesso muito facilmente pela vida alheia - não por fofoca, mas porque sei que ser ouvido é preciso - de necessidade, necessariamente.
Não sou perfeita, nem passo perto e até fujo desta estrada. Sofro de ansiedade, insônia, dores de cabeça constantes e preciso do preto no branco senão as duas coisas se misturam e eu fico cinza. Nunca sei onde tô e me perco até pelo google maps. Morro de medo de bichos que voam, aranhas e meu medo do desconhecido quase me impede de fazer 90% das coisas que preciso fazer.
Quase.
Meu pé direito dói o tempo todo desde que o operei por conta de um tumor ósseo (benigno, não era câncer, tá tudo bem) que me impediu de usar chinelos por três anos. Não tinha que doer, mas dói. Faz parte.
Essas informações são coisas que, ao conviver comigo, você percebe. Assim como você percebe que tenho uma facilidade absurda de me encantar pelas coisas. Crianças são lindas, o pão tá tão quentinho, o tempo tá gostoso, a maquiagem tá bonita, vocês estão sentindo esse cheirinho de café?
Talvez - e, veja bem, este não é um veredito final, mas apenas uma hipótese - o fato d'eu ser naturalmente encantada pela vida me impossibilite de viver tão bem com pessoas naturalmente reclamonas. Que o sapato machuca, a calça tá apertada, o café tá sem açúcar, a tela do celular tá tremendo, Fulano tem mau hálito, misericórdia desses 40ºC, quero minha casa, minha cama, que frio é esse????????
No começo do ano, quando desisti da faculdade pública e aceitei a máxima de que não tenho emocional pra estudar pro vestibular, decidi que precisava arrumar um emprego. Joguei nas costas da rotina a responsabilidade de manter meu emocional sadio. Afinal, quem consegue entristecer trabalhando das nove às seis e meia; aos sábados e estudando no final do dia? Quem tem tempo pra sofrer quando domingos são dias de dormir?
Mas é claro que eu estava enganada.
O horário de almoço se tornou horrível, os nomes dos clientes sempre são ligados a outros nomes, o som dos telefones tocando lembram sons de outros telefones e, pior: o trabalho, que me exige tão pouco cognitivamente, me exige muita paciência. E a paciência, pra mim, é na base da troca: seja paciente agora pra descansar depois.
Mas... E se não?
Não reclamem! Não me xinguem! Eu tenho direito de ser triste! It's my blog and I cry if I want to!
O que eu quero dizer com tudo isso - que já não é o que eu queria dizer quando comecei a escrever (vocês veem como sou perdida até nas palavras?!?!?) - é que eu acho que tô precisando dormir. Ando muito preocupada com o que fazer com o salário do fim do mês (que nunca se encaixa com o que eu, de fato, preciso fazer). Preocupada com o que fazer com essa dor de cabeça, com essa dor no peito, com a indignação, com a angústia, com a saudade, com a falta de calma.
Alguém consegue me dizer de onde vem a calma daquele cara? Me falaram que ele não sabe ser melhor, viu.
E por falar em barbudos, Azedume, senhoras e senhores:
Não sou perfeita, nem passo perto e até fujo desta estrada. Sofro de ansiedade, insônia, dores de cabeça constantes e preciso do preto no branco senão as duas coisas se misturam e eu fico cinza. Nunca sei onde tô e me perco até pelo google maps. Morro de medo de bichos que voam, aranhas e meu medo do desconhecido quase me impede de fazer 90% das coisas que preciso fazer.
Quase.
Meu pé direito dói o tempo todo desde que o operei por conta de um tumor ósseo (benigno, não era câncer, tá tudo bem) que me impediu de usar chinelos por três anos. Não tinha que doer, mas dói. Faz parte.
Essas informações são coisas que, ao conviver comigo, você percebe. Assim como você percebe que tenho uma facilidade absurda de me encantar pelas coisas. Crianças são lindas, o pão tá tão quentinho, o tempo tá gostoso, a maquiagem tá bonita, vocês estão sentindo esse cheirinho de café?
Talvez - e, veja bem, este não é um veredito final, mas apenas uma hipótese - o fato d'eu ser naturalmente encantada pela vida me impossibilite de viver tão bem com pessoas naturalmente reclamonas. Que o sapato machuca, a calça tá apertada, o café tá sem açúcar, a tela do celular tá tremendo, Fulano tem mau hálito, misericórdia desses 40ºC, quero minha casa, minha cama, que frio é esse????????
No começo do ano, quando desisti da faculdade pública e aceitei a máxima de que não tenho emocional pra estudar pro vestibular, decidi que precisava arrumar um emprego. Joguei nas costas da rotina a responsabilidade de manter meu emocional sadio. Afinal, quem consegue entristecer trabalhando das nove às seis e meia; aos sábados e estudando no final do dia? Quem tem tempo pra sofrer quando domingos são dias de dormir?
Mas é claro que eu estava enganada.
O horário de almoço se tornou horrível, os nomes dos clientes sempre são ligados a outros nomes, o som dos telefones tocando lembram sons de outros telefones e, pior: o trabalho, que me exige tão pouco cognitivamente, me exige muita paciência. E a paciência, pra mim, é na base da troca: seja paciente agora pra descansar depois.
Mas... E se não?
Não reclamem! Não me xinguem! Eu tenho direito de ser triste! It's my blog and I cry if I want to!
O que eu quero dizer com tudo isso - que já não é o que eu queria dizer quando comecei a escrever (vocês veem como sou perdida até nas palavras?!?!?) - é que eu acho que tô precisando dormir. Ando muito preocupada com o que fazer com o salário do fim do mês (que nunca se encaixa com o que eu, de fato, preciso fazer). Preocupada com o que fazer com essa dor de cabeça, com essa dor no peito, com a indignação, com a angústia, com a saudade, com a falta de calma.
Alguém consegue me dizer de onde vem a calma daquele cara? Me falaram que ele não sabe ser melhor, viu.
E por falar em barbudos, Azedume, senhoras e senhores:
e com respeito tratem minha dor!