onze anos de mágica, camaradas d'água!
6:22 AMessa foto é da Vanessa, lá do grupo do facebook! :) |
conheci o teatro mágico pelas minhas tias e primas. família Marques tem veia musical, ponto final. com menos de dez anos, ouvia que "só enquanto elas respirassem, se lembrariam de mim": sou sobrinha caçula.
eu era criança. as cores, as caras e bocas do vocalista, o som do violino, o palhaço gordo e as briguinhas das bailarinas: tudo me era muito atrativo. sabia cantar as músicas de cabo a rabo - ainda sei.
má máRvado seria o rio
que correndo do meu riacho
levaria o que eu acho
pra onde ninguém pode achar
cresci ouvindo e tentando interpretar as letras, pra mim, tão difusas. dor? será que mesmo depois de grandes as pessoas continuam se machucando e ralando os joelhos? (e fingindo não sentir dor para não levar bronca?)
o dia mente
a cor da noite
o diamante
a cor dos olhos
os olhos mentem
dia e noite
a dor da gente.
o tempo passa, a vida acontece e a música permeou todas as fases da minha vida. talvez pela época, talvez pela idade, talvez por insistência - bem provável -, o teatro mágico esteve presente em todas elas. amadureceram comigo. realejo, abaçaiado, além porém aqui, quando a fé ruge. quatro. quatro álbuns em onze anos.
se hoje abaçaiado canta
é porque ontem já chorou
e foram quase vinte shows. poucos, admito, visto que nos últimos dois anos devo ter faltado em apenas dois ou três aqui no estado de são paulo. e em cada show revigora em mim o amor à arte. o amor à vida. a fé.
tudo voltou.
sem horas e sem dores, respeitável público pagão, bem vindos ao teatro mágico.
créditos na imagem |
Fernando Anitelli se reconstrói no palco. palhaço se remonta no palco. chapéu na cabeça. batida feita.
mãos aos desolados, ouvidos pra quem
não vê e não crê: meu calcanhar de aço
é um peito aberto disposto a aprender você.
talvez a razão pela qual o teatro mágico tenha um público tão amplo, tão grande e tão diferente entre si seja porque eles são reais. em sua essência, em suas músicas, em seu estilo: reais. e como são reais, não caem na besteira da impessoalidade da fama. discutem, conversam, discordam, posicionam-se. mudam. e inovam, e testam, e se reinventam a cada disco - assim como nós nos reinventamos a cada ano, a cada década, a cada dia.
e neste show vimos tudo isto: pessoas reais, com brilho nos olhos, comemorando onze anos de uma história cheia de música, arte, poesia e muito amor.
o corpo não é culpa - o corpo não tem culpa!
...
mas a má gramática da vida nos põe entre pausas,
entre vírgulas e eu te garanto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples!
o espetáculo do dia sete nos trouxe ilustres participações. Gabriela Veiga, Manoela Rangel, Nô Stopa, bailarinas maravilhosas, estiveram no palco com Katia e Andréa, abrilhantando o cenário e dando vida às cordas, fitas, cadeiras e tudo o que é imóvel e, aparentemente, sem vida.
Ivan Parente, Mateus Bonassa, Roberval Costa que tanto brincaram no palco, estiveram novamente em meio às piadas, prisões (Xanéu nº 5 ficou ainda mais genial) e atuações gerais.
a foto é do Luiz Rodrigues |
com San, do Sambô |
Humberto Gessinger trouxe engenharia hawaiana com Dom Quixote e Toda Forma de Poder, que colocou até os mais cansados pra pular: eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada!
não sei de quem é a foto - peguei no grupo! desculpa! |
no fim das contas, as participações foram complementares à essa trupe que, sozinha (e unida, oras! dá-lhe Toicinho! rs), se ergueu e se estabeleceu. uma trupe mágica! uma trupe capaz de ver arte em cada esquina, apta a reinventar tudo o que já foi feito.
"reticências" é a música que sempre mostro quando alguém me pergunta o que é o teatro mágico:
tanta mudança alcança o nosso ser
"posso ser assim e, daqui a pouco, não!"
[...]
reciclar a palavra, o telhado e o porão...
reinventar tantas outras notas musicais...
escrever o pretexto, o prefácio e o refrão...
ser essência é muito mais!
escrever o pretexto, o prefácio e o refrão...
ser essência é muito mais!
foto oficial do show :) |
o teatro mágico é isso: ser essência, tudo numa coisa só.
só enquanto eu respirar...
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