ipês amarelos

5:47 PM

é muito louco que já faça um ano desde que Rubem Alves morreu. gente louca dos livros, como eu, sente um apego quase pessoal pelos autores das palavras que os inspiram.

quando noticiaram a morte do Rubem, me lembrei com muita clareza da primeira vez que o li. era uma descrição de quem ele era, feita por uma menina: a criança de no máximo dez anos havia explicado com muita convicção que "Rubem Alves é um homem que gosta de ipês amarelos".

li crônicas, poemas, contos e pensamentos sobre fé, amor, inspiração, criação, infância. o cotidiano era a forma bruta das palavras que ele lapidava com tanta atenção e cuidado. "um único momento de beleza e amor justifica a vida inteira" é o último verso do poema 'concerto para corpo e alma' e foi daí que, durante anos, tirei força pra recomeçar, arriscar, tentar. a busca desses pequenos e únicos momentos.

a morte deste autor (assim como a morte de tantos outros compositores de palavras que tanto me inspiram) merece lembrança, porque faz lembrar que se trata da morte de um homem que gosta de ipês amarelos.

e que somos nós, se não o que amamos?

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