Reveillón é momento de alegria. A mudança do ano é a expectativa: que é que vai acontecer bem na hora da virada? A gente sabe que a resposta é "nada", mas o coração pulsa com a contagem regressiva: dez, nove, oito. E a pressão que faz o ar na garrafa de champagne é a mesma que faz todo mundo comemorar. É hora de começar a dieta, economizar, comprar um carro, entrar na faculdade. Sete, seis, cinco. Os tios dançam músicas da velha guarda como se nada estivesse acontecendo; o avô se perde na reza do canal 9. Quatro, três, dois. E todo mundo junto, levanta, se alegra. Acabou. O sorriso coletivo é a prova que o fim de um ciclo está para acontecer. Os copos já estão cheios de champagne ou sidra; refrigerante pra quem é muito novo. Feliz ano novo, família!!!!!!, alguém grita. FELIZ ANO NOVO, SEUS PUTO!!!!!!!, aos que estão entre amigos. Do outro lado da cidade, entre amigos mais calmos, a alegria já é geral e pode-se ouvir "Vamos fazer acontecer, gente! Feliz ano novo!". E é quase. Todo mundo sorri, a caixa de som quase grita. E todos esperando por um recomeço. Uma nova chance de fazer dar certo. Esperança. Alegria. Um.  Começou.