fomos (!) o futuro da nação

7:29 AM

Somos a geração que sabe muito bem sobre os bons costumes e que mais sabe desutilizá-los. Não sabemos ser gentis, não somos compassivos. Nosso objetivo pessoal vai a frente de tudo e todos.

No calor, as janelas do carro andam fechadas por causa do ar condicionado. O mundo inteiro se baseia na mediocridade da rotina casa - trabalho - casa. Por vezes, padaria, restaurante. Já não se conversa mais. As mães não sabem o que seus filhos fazem. Os pais não reconhecem os filhos que têm.

O orgulho não impulsiona: retrograda, eu diria. Amamos coisas, aplicativos (!). Pessoas? Nunca. Forte é quem é frio, diz alguém numa das redes sociais. Pra mim, seriedade é só olho no olho. Internet deveria ser uma enciclopédia compacta.

Vivemos na era da comunicação e ninguém mais se comunica. A privacidade se resume a um cadeado antes do "http://" do site. Não temos mais segredos. A confiança se dá para um estranho que tecla "kkk :D".

Quando e como e por que isso aconteceu? Fomos dissolvidos e nossa concentração é tão baixa que quase não há mais nada para sermos.

Está tudo mais compacto, econômico, milimétrica e estrategicamente preparado para um futuro igualmente medíocre. Perdemos nosso direito de sermos livres, felizes, humanos. Vivos.

E nosso dever é manter a ordem, a cerimônia, a inteligência (importante, mas vazia. Esvaiu-se). Pessoas não se importam mais com pessoas, então nos tornamos máquinas.

Somos máquinas programadas para morrer todos os dias depois de acordar.


You Might Also Like

0 comentários

mais lidos

poesiapoesiapoesia

poesiapoesiapoesia

no youtube