sobre o nervosismo do dia que vem depois de todos os outros
1:52 PMEsse é um post no formato de diário, quase como os que eu escrevia no início do blog. O que significa que você deve desconsiderar: - erros na pontuação/gramática; - nomes próprios não-fictícios; - irritações; - perda de foco. Obrigada.
A FUVEST é no domingo. Eu tô esperando por esse domingo desde o primeiro domingo do ano de 2013. O que nos leva de volta a Janeiro. Em Janeiro, no começo do ano, depois das listas de ano novo, dos muitos sorrisos e da enorme esperança, prometi para mim mesma que faria tudo o que fosse necessário para entrar na USP.
Em Janeiro, estudei algo como seis horas por dia para o vestibular. Eu estava de férias. Perdi um mês de férias. Eu poderia ter ido ao parque, lido livros, conhecido pessoas novas, voltado a correr. Abri mão disso tudo e estudei.
Em Fevereiro, na volta às aulas, foi o ápice: estudei e trabalhei. Então, para a alegria dazinimiga concorrente, eu estudava de madrugada. Até às 2h30min, para ser bem exata. Minha cabeça não aguentava, minha asma não aguentava, minha gastrite não aguentava e, em Abril, eu não aguentei.
Abri mão do meu dinheiro, do meu trabalho e fui estudar. Os estudos dobraram. Pra desespero dazinimiga concorrente, é claro.
E de Abril até sexta-feira passada, eu estudei. Todos os dias. E os dias em que não sentei para fazer exercícios e/ou assistir aulas, li livros, matérias e coisas relacionadas à tão esperada prova da Fundação Universitária para o Vestibular.
A impressão que eu tinha, ao acordar às 15 p'ras 6 todos os dias, era de que eu estava perdendo tempo. Acordar, tomar banho, fazer café, ir pra escola, passar 6 aulas na escola (porque, em Abril, eu já tinha estudado toda a matéria do Ensino Médio em mais de metade das disciplinas), pegar ônibus, voltar pra casa, fazer almoço, descansar 25 minutos (e contando!) e estudar por mais 6h. Cada dia mais, ao acordar às 15 pras 6, o meu tempo se esvaia pelas minhas mãos.
Queria, agora, poder dizer que realmente perdi tempo, mas pude recuperá-lo, porque sexta-feira passada tudo mudou. Mas nada mudou. Na realidade, não há o que ser mudado. É assim que funciona: você termina o Ensino Médio, entra na faculdade, se forma, arranja um emprego, casa, tem dois filhos e morre.
A questão que hoje, dois dias antes da FUVEST, estou cansada. Cansada. Além do medo estampado no meu rosto, estou exausta. Não aguento mais o peso das minhas costas, não aguento o peso da responsabilidade. Entrar em uma universidade pública virou um dever, deixou de ser minha opção. Abri mão de coisas demais e não passar significa que não só abri mão delas, mas que também as desperdicei.
É claro que não penso assim. E também tenho plena consciência de que não tenho capacidade de passar. Não sou burra. Não sou lenta. Tenho raciocínio lógico e sei as fórmulas de geometria na ponta da língua. A questão é que a prova pra entrar na USP exige muito mais do que isso. Exige mais tempo, mais esforço, mais força de vontade. E não tenho de onde tirar.
Hoje, dois dias antes da FUVEST, minha cabeça já não aguenta mais tentar atingir esse nível que a prova exige. Hoje, dois dias antes da FUVEST, vejo que, lá em Janeiro, errei. Eu deveria ter voltado a correr. Deveria ter dançado, saído com meus amigos, aproveitado os dias bonitos do verão.
Porque quer seja USP, quer seja UNESP, quer seja Metodis(ney)ta, preciso da minha saúde. Preciso que minhas costas não doam. Preciso ter paciência, preciso ter paz. E estas coisas sumiram quando hoje, ao acordar às 15 pras 6 da manhã, vi no visor do tablet que faltam dois dias pra FUVEST.
Passei um ano vivendo por uma prova e hoje, dois dias antes dela, não estou preocupada.
Eu não quero entrar na Universidade de São Paulo.
Eu quero conseguir dormir, sorrir, dançar, andar - tudo isso sem preocupação.
Porque, pra alegria dazinimiga concorrente, eu não aguento mais.
1 comentários
Lindo uahuahuahuha Não passei, mas é nóóis, miamore. Te amo, cê sabe. ♥
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