não se cobre tanto. seja gente. gente falha e imbecil. gente como gente tem que ser.
Ai, eu não gosto de academia. Parece que ta todo mundo disputando pra ver quem corre mais, quem é mais sarado, quem aguenta mais peso.
Mas eu faço mesmo assim, porque preciso. Minha resistência é baixa e eu tenho algumas doenças crônicas [e algumas que eu só adquiri ao longo da vida] que não me permitem levar uma vida sedentária. Infelizmente.
Faço estúdio de pilates e natação, uma vez por semana cada um. E nos outros dias procuro pelo menos andar meia horinha na esteira, só pra me cansar um pouco e me dar vontade de dormir sem pensar besteira.
Essa é a parte mais legal da academia: enche a cabeça de coisa inútil e não deixa a gente pensar naquelas coisas que, eventualmente, nos deixariam pra baixo [vale lembrar que faço academia a noite e estamos no inverno].
Se mente vazia é oficina do inferno, mente cheia é oficina de quem? Ou do que, sei lá. Essas coisas de que nosso pensamento é obrigatoriamente comandado por alguém enche meu saco, digo mesmo. Ah ma vá ver se to na esquina! Se nego vê novela é porque é alienado, se não vê é porque se julga culto demais. Se permanece imparcial, não tem opinião.
Voces tem estado muito chatos ultimamente.
Ao meu lado, corre a loirinha de farmácia com seios GG.
O pessoal de academia é todo estereotipado: magricelo ou fortão; gordinha ou saradona. Os meios termos: (EU) são tao poucos que fico meio assustada. As pessoas normais estão desaparecendo ou o que????!!!!
E tipo, tá, legal, 'cê tem um corpo bacana, come bem, legal.
Isso te faz melhor por que? Você muda algo no mundo quando ta assim? Ou é só teu ego mesmo? Porque juro que tento entender.
Não nasci pra malhar o corpo. Malho pra conseguir respirar.
Nasci pra malhar o cérebro. Acho que é por isso que sou meio testuda.
Tá calor.
Tô preocupada. Sabe? Quero ajudar, mas parece que não da, algo me diz que não devo. Não sei o que, não sei porquê. "Deixa crescer sozinho", parte de mim diz. "Mas ele pode querer correr antes de engatinhar e esbofetear a cara no chão", o resto explica.
Fico confusa.
Tá calor.
Cansei de correr.
Quero dormir.
Giovanna Marques, via celular, correndo enquanto escreve e vê um pôr-do-sol bonitão.
Mas eu faço mesmo assim, porque preciso. Minha resistência é baixa e eu tenho algumas doenças crônicas [e algumas que eu só adquiri ao longo da vida] que não me permitem levar uma vida sedentária. Infelizmente.
Faço estúdio de pilates e natação, uma vez por semana cada um. E nos outros dias procuro pelo menos andar meia horinha na esteira, só pra me cansar um pouco e me dar vontade de dormir sem pensar besteira.
Essa é a parte mais legal da academia: enche a cabeça de coisa inútil e não deixa a gente pensar naquelas coisas que, eventualmente, nos deixariam pra baixo [vale lembrar que faço academia a noite e estamos no inverno].
Se mente vazia é oficina do inferno, mente cheia é oficina de quem? Ou do que, sei lá. Essas coisas de que nosso pensamento é obrigatoriamente comandado por alguém enche meu saco, digo mesmo. Ah ma vá ver se to na esquina! Se nego vê novela é porque é alienado, se não vê é porque se julga culto demais. Se permanece imparcial, não tem opinião.
Voces tem estado muito chatos ultimamente.
Ao meu lado, corre a loirinha de farmácia com seios GG.
O pessoal de academia é todo estereotipado: magricelo ou fortão; gordinha ou saradona. Os meios termos: (EU) são tao poucos que fico meio assustada. As pessoas normais estão desaparecendo ou o que????!!!!
E tipo, tá, legal, 'cê tem um corpo bacana, come bem, legal.
Isso te faz melhor por que? Você muda algo no mundo quando ta assim? Ou é só teu ego mesmo? Porque juro que tento entender.
Não nasci pra malhar o corpo. Malho pra conseguir respirar.
Nasci pra malhar o cérebro. Acho que é por isso que sou meio testuda.
Tá calor.
Tô preocupada. Sabe? Quero ajudar, mas parece que não da, algo me diz que não devo. Não sei o que, não sei porquê. "Deixa crescer sozinho", parte de mim diz. "Mas ele pode querer correr antes de engatinhar e esbofetear a cara no chão", o resto explica.
Fico confusa.
Tá calor.
Cansei de correr.
Quero dormir.
Giovanna Marques, via celular, correndo enquanto escreve e vê um pôr-do-sol bonitão.
era uma vez um amigo. e esse amigo tinha um irmão. e então eu mudo o começo da história:
era uma vez o irmão de um amigo, alguém que eu conheci. alguém assim, legal, conversável, interessante.
inteligente.
biólogo, aliás.
guitarrista.
baterista.
pianista.
viajado, vivido.
bom gosto musical.
25 anos.
bacana.
e tá. daí descobri que, além dessas coisas era, também, bêbado. muito. e gostava de beber, chegar em casa e ligar o skype pra quem Deus mandasse pra contar seus problemas.
tudo falta de psicólogo. sempre falei.
enfim.
daí uma vez foi assim:
oi tudo bem sou o lucas estou bêbado. oi eu sei você tá sempre assim sou a giovanna e te conheço. eu não tô sempre bêbado. tá sim, lucas. só a noite. ou seja. de dia eu trabalho.
e ria.
lucas, vai tomar um banho. não quero, você não é minha mãe. nem se fosse. é.
e gargalhava.
o que você bebeu? sei lá, cara. irresponsável. pirralha, não me manda.
e desligou.
e eu cansei e fui dormir.
e aí meu celular tocou.
giovanna, volta pro skype que te aluguei. não volto. não desligo.
desliguei. ligou de novo.
e é aí que a história realmente começa:
era uma vez o irmão bêbado de um amigo.
ele era legal, até quando tava bêbado e me ligava no meio da madrugada pra contar da ex-namorada. e aí eu sempre pensava em como eu podia ajudá-lo, mas eu nunca podia. até porque o problema só era um problema quando ele tava sóbrio e isso só acontecia enquanto ele trabalhava - e nós não conversávamos. e depois de umas trinta noites dele me ligando bêbado sempre, resolvi ligar pra ele no intervalo do trabalho pra dizer algumas coisas.
lucas, pára de beber. não quero. por um dia. não consigo. tenta. não. você é um fraco. eu sei. a nicole não é tudo isso. como você sabe dela? você contou. vou parar de beber.
e aí ele passou umas duas semanas sem beber e ele era legal mesmo assim.
e aí eu precisei da ajuda dele e ele tava sóbrio. e foi muito legal.
mas aí ele saiu pra beber de novo. e, cara, pára! não, não quero.
isso durou uns três meses, até que ele parou. parou mesmo, parou do nada, não bebia e ficava lá, lendo e estudando.
e quando eu perguntava CÉUS, POR QUE, CÉUS? O QUE HOUVE EM SUA MENTE, HOMEM?
ele dizia: cansei, a fase passou. e eu duvidava: passou, é? tá. dura um mês.
durou sete.
sete meses sem beber, pra um cara que eu conheci bêbado e só vi sóbrio quando estava de ressaca.
e aí era legal, porque ele veio me ver pra entender porque ele gostava tanto de conversar comigo; achando que vendo meus 1,57m da época mudaria a ideia: não mudou. passamos horas conversando e foi ainda mais legal. e tal.
acabamos melhores amigos. me carregava pelos quatro cantos nas costas. eu e minhas loucuras. nós e nossas loucuras. essas coisas de melhor amigo: passar horas ouvindo falar do problema do outro e aí revezava. é sua vez, vai. ai, não quero. quer sim, fala logo. tá, vou falar.
e falava muito. ele sempre falou demais. todo mundo sempre fala demais.
e era legal correr com ele em quarto de hotel e rir pelos quatro cantos quando a recepção pedia pra abaixar o volume. parecia pré-escola.
vinte sete anos era até que uma idade legal pra se morrer. devia ser. tem a ligação com os astros do rock e tal. uhu.
mas aí eu senti falta, ixi. tanto. doía, dói, corrói. é tão ruim. não dá nem pra superar. nem sou eu que remoo, é tudo. tudo me lembra quem eu era um ano atrás e, ai. gosto não. mas daí eu olho pra frente e lembro de você e rio, sorrio, gargalho. dá uma saudade! ouço música e canto junto, fingindo que cê ainda tá ali. mas não tá mais, não. cê foi e não volta. cê foi porque quis. cê pagou a passagem e se mandou, sem volta, sem remendo. tá aí: cê foi porque quis, não vou sofrer porque também não quero. e dane-se.
e pumba, te odeio. odeio tanto. odeio tanto que te amo três vezes mais.
ah, lucas, por que, ein? podia me dizer. cê me pegou numa fase tão doída quando a gente se conheceu. pode ser doida também. o acento não muda muita coisa. eu tava meio assim, tava meio descontrolada. cê me ajeitou. só que daí eu fico meio pensando, sabe? como que cê deve ter ficado quando eu te disse que seguia teus conselhos só porque achava que eles eram bons. o problema nem foi esse, foi mais ter dito que cê mesmo não seguia. teu primeiro conselho sempre foi pra eu aprender a viver no escuro, faz bem. é, sempre fez, pra mim funcionou. o que mudou? nem sei. viu? já te amo de novo. e sinto falta. e dói.
mas aí volta e, não, tá tudo bem. tudo bem sentir dor e não querer levantar. mas vai, pega impulso, levanta, vai, anda, caminha, olha pra frente. faz isso aí: olha pra frente, porque se olhar pro chão só vai ver resto. olha pra frente que cê vê o mundo. isso. assim. certo.
e esquece o que foi. olha pro que vai ser. deixa isso de aprendizado. às vezes, a gente se apega e as pessoas não se apegam o bastante pra ficarem por perto. tá tudo bem. fez bem. fazer o quê? não dá pra voltar.
só tenho pena. pena de mim, que tanto passei pra aprender que não precisava ter passado por nem um quarto pra entender que você nunca mereceu nada disso. bobeira minha seria tentar mentir pra mim mesma e dizer que não sinto sua falta e nunca mais vou sentir. você me deixou um rombo, lu. deixou mesmo. mas hora ou outra fecha. cicatriza. como é que cê chamava esses rombos? tecido de revestimento, acho. que se renova sozinho. é quase isso. sou meio diabética, talvez.
nunca fiz o teste.
devo ser. pelo jeito, sou.
e chega.
cansei de sofrer.
e aí tá o fim, enfim.
era uma vez o irmão de um amigo, alguém que eu conheci. alguém assim, legal, conversável, interessante.
inteligente.
biólogo, aliás.
guitarrista.
baterista.
pianista.
viajado, vivido.
bom gosto musical.
25 anos.
bacana.
e tá. daí descobri que, além dessas coisas era, também, bêbado. muito. e gostava de beber, chegar em casa e ligar o skype pra quem Deus mandasse pra contar seus problemas.
tudo falta de psicólogo. sempre falei.
enfim.
daí uma vez foi assim:
oi tudo bem sou o lucas estou bêbado. oi eu sei você tá sempre assim sou a giovanna e te conheço. eu não tô sempre bêbado. tá sim, lucas. só a noite. ou seja. de dia eu trabalho.
e ria.
lucas, vai tomar um banho. não quero, você não é minha mãe. nem se fosse. é.
e gargalhava.
o que você bebeu? sei lá, cara. irresponsável. pirralha, não me manda.
e desligou.
e eu cansei e fui dormir.
e aí meu celular tocou.
giovanna, volta pro skype que te aluguei. não volto. não desligo.
desliguei. ligou de novo.
e é aí que a história realmente começa:
era uma vez o irmão bêbado de um amigo.
ele era legal, até quando tava bêbado e me ligava no meio da madrugada pra contar da ex-namorada. e aí eu sempre pensava em como eu podia ajudá-lo, mas eu nunca podia. até porque o problema só era um problema quando ele tava sóbrio e isso só acontecia enquanto ele trabalhava - e nós não conversávamos. e depois de umas trinta noites dele me ligando bêbado sempre, resolvi ligar pra ele no intervalo do trabalho pra dizer algumas coisas.
lucas, pára de beber. não quero. por um dia. não consigo. tenta. não. você é um fraco. eu sei. a nicole não é tudo isso. como você sabe dela? você contou. vou parar de beber.
e aí ele passou umas duas semanas sem beber e ele era legal mesmo assim.
e aí eu precisei da ajuda dele e ele tava sóbrio. e foi muito legal.
mas aí ele saiu pra beber de novo. e, cara, pára! não, não quero.
isso durou uns três meses, até que ele parou. parou mesmo, parou do nada, não bebia e ficava lá, lendo e estudando.
e quando eu perguntava CÉUS, POR QUE, CÉUS? O QUE HOUVE EM SUA MENTE, HOMEM?
ele dizia: cansei, a fase passou. e eu duvidava: passou, é? tá. dura um mês.
durou sete.
sete meses sem beber, pra um cara que eu conheci bêbado e só vi sóbrio quando estava de ressaca.
e aí era legal, porque ele veio me ver pra entender porque ele gostava tanto de conversar comigo; achando que vendo meus 1,57m da época mudaria a ideia: não mudou. passamos horas conversando e foi ainda mais legal. e tal.
acabamos melhores amigos. me carregava pelos quatro cantos nas costas. eu e minhas loucuras. nós e nossas loucuras. essas coisas de melhor amigo: passar horas ouvindo falar do problema do outro e aí revezava. é sua vez, vai. ai, não quero. quer sim, fala logo. tá, vou falar.
e falava muito. ele sempre falou demais. todo mundo sempre fala demais.
e era legal correr com ele em quarto de hotel e rir pelos quatro cantos quando a recepção pedia pra abaixar o volume. parecia pré-escola.
vinte sete anos era até que uma idade legal pra se morrer. devia ser. tem a ligação com os astros do rock e tal. uhu.
mas aí eu senti falta, ixi. tanto. doía, dói, corrói. é tão ruim. não dá nem pra superar. nem sou eu que remoo, é tudo. tudo me lembra quem eu era um ano atrás e, ai. gosto não. mas daí eu olho pra frente e lembro de você e rio, sorrio, gargalho. dá uma saudade! ouço música e canto junto, fingindo que cê ainda tá ali. mas não tá mais, não. cê foi e não volta. cê foi porque quis. cê pagou a passagem e se mandou, sem volta, sem remendo. tá aí: cê foi porque quis, não vou sofrer porque também não quero. e dane-se.
e pumba, te odeio. odeio tanto. odeio tanto que te amo três vezes mais.
ah, lucas, por que, ein? podia me dizer. cê me pegou numa fase tão doída quando a gente se conheceu. pode ser doida também. o acento não muda muita coisa. eu tava meio assim, tava meio descontrolada. cê me ajeitou. só que daí eu fico meio pensando, sabe? como que cê deve ter ficado quando eu te disse que seguia teus conselhos só porque achava que eles eram bons. o problema nem foi esse, foi mais ter dito que cê mesmo não seguia. teu primeiro conselho sempre foi pra eu aprender a viver no escuro, faz bem. é, sempre fez, pra mim funcionou. o que mudou? nem sei. viu? já te amo de novo. e sinto falta. e dói.
mas aí volta e, não, tá tudo bem. tudo bem sentir dor e não querer levantar. mas vai, pega impulso, levanta, vai, anda, caminha, olha pra frente. faz isso aí: olha pra frente, porque se olhar pro chão só vai ver resto. olha pra frente que cê vê o mundo. isso. assim. certo.
e esquece o que foi. olha pro que vai ser. deixa isso de aprendizado. às vezes, a gente se apega e as pessoas não se apegam o bastante pra ficarem por perto. tá tudo bem. fez bem. fazer o quê? não dá pra voltar.
só tenho pena. pena de mim, que tanto passei pra aprender que não precisava ter passado por nem um quarto pra entender que você nunca mereceu nada disso. bobeira minha seria tentar mentir pra mim mesma e dizer que não sinto sua falta e nunca mais vou sentir. você me deixou um rombo, lu. deixou mesmo. mas hora ou outra fecha. cicatriza. como é que cê chamava esses rombos? tecido de revestimento, acho. que se renova sozinho. é quase isso. sou meio diabética, talvez.
nunca fiz o teste.
devo ser. pelo jeito, sou.
e chega.
cansei de sofrer.
e aí tá o fim, enfim.
ai, que dia mais chato que foi hoje.
daí que meu celular resolveu pifar. eu o comprei faz UMA semana. ele tá desligando sozinho. talvez seja mal contato. torço pra que seja.
mas aí tem também que cê fica aí rondando minhas ideias. e aí eu penso e puff, te gosto. e gosto muito, céus. e aí cê some e fica tudo bem. meu humor estabiliza e eu faço as coisas de um jeito normal. e do nada toca a campainha, toca o telefone, eu olho pra parede ou minha mente simplesmente te liga com algo randômico e PUMBA!, tô contigo na cabeça de novo. as coisas ficam mais confortáveis, admito. você daria um belo travesseiro. aí eu fico querendo que você tome alguma atitude, que faça algo, que saia de dentro de um bolo; sei lá, se mexe, se vira, anda, corre, pula, grita! aí cê continua na minha cabeça, mas daí eu já não gosto mais tanto assim de você.
a luana me ligou e tal, pra gente conversar E TAL. e tal.
daí tá.
não tenho mais nada pra falar.
foi só pra botar algo aqui hoje...
aqui vai uma música bonitinha pro dia:
daí que meu celular resolveu pifar. eu o comprei faz UMA semana. ele tá desligando sozinho. talvez seja mal contato. torço pra que seja.
mas aí tem também que cê fica aí rondando minhas ideias. e aí eu penso e puff, te gosto. e gosto muito, céus. e aí cê some e fica tudo bem. meu humor estabiliza e eu faço as coisas de um jeito normal. e do nada toca a campainha, toca o telefone, eu olho pra parede ou minha mente simplesmente te liga com algo randômico e PUMBA!, tô contigo na cabeça de novo. as coisas ficam mais confortáveis, admito. você daria um belo travesseiro. aí eu fico querendo que você tome alguma atitude, que faça algo, que saia de dentro de um bolo; sei lá, se mexe, se vira, anda, corre, pula, grita! aí cê continua na minha cabeça, mas daí eu já não gosto mais tanto assim de você.
a luana me ligou e tal, pra gente conversar E TAL. e tal.
daí tá.
não tenho mais nada pra falar.
foi só pra botar algo aqui hoje...
aqui vai uma música bonitinha pro dia:
Alto aqui do sétimo andar
Longe, eu via você
E a luz desperdiçada de manhã
Num copo de café
quando eu criei esse blog, eu queria sair um pouco da cara de "sou culta e mala, passo o dia inteiro lendo e tomando chá verde em xícaras tamanho PP". aqui, sempre tentei ser um pouco mais "entra aí, pega uma caneca, enche de café e vamos descobrir a vida juntos". é mais legal assim, não é?
enfim.
esses tempos eu venho assistindo criminal minds que nem doida. eu sei que isso é meio absurdo, já que eu gosto de coisa mimimi pra assistir, mas vamos combinar: o dr. reid é uma coisa linda. não era pra isso que eu vim falar de criminal minds.
então, eu tava vendo esses dias, aí o episódio era sobre um cara que simulava acidentes de carro para que seus homicídios parecessem ocasionais ou, mais tarde, suicídios. a equipe notou que isso não poderia ser real, porque as pessoas assassinadas tinham sentido para continuarem vivas.
elas tinham filhos, tinham carreira, emprego. elas pareciam felizes.
as famílias, fragilizadas, perguntaram-se o episódio inteiro: ele parecia feliz ou ele era, de fato, feliz?
e aí eu fiquei me perguntando: será que todo mundo tem mesmo um significado pra viver? será mesmo que se um desses serial killers me matarem alguém acreditará que foi um homicídio?
porque eu sou feliz.
juro pra vocês.
ou pra você.
ou pra quem for.
ou pra quem tiver que ser.
eu sou feliz.
eu sei que tô com cara feia esses tempos, nem eu tô me aguentando. é que tá tudo tão bagunçado que fico meio assim. mas eu tô aí, tô me jogando no cícero e no john mayer como se não houvesse amanhã. e, às vezes, na minha cabeça, não há. de vez em quando, minha cabeça fala pra mim que a gente não vai conseguir chegar até o fim da semana.
concordo, às vezes.
às vezes, só torço pro fim de semana chegar logo pra eu poder dormir um pouco mais.
às vezes, espero que tenha um monte de coisa pra estudar pra eu me ocupar.
às vezes, só torço. torço pra nada não, só torço. fico aí botando fé em nada, só pra ver se gira hora ou outra. porque é difícil demais ficar aí de pernas pro ar esperando algo vir pra correr atrás.
fico meio que nem cachorro correndo atrás do rabo e, antes que eu perceba, acabo mordendo meu rabo.
caindo numa enrascada que eu mesma plantei.
vivia escrevendo sobre me perder na bagunça que eu criava.
tô notando isso cada vez mais.
sou uma bagunça gigante, mesmo que eu não goste de ser.
mas fazer o que? a gente quase nunca é quem a gente quer ser ou quem a gente quis ser. na nossa cabeça, a gente é um monte de coisa. a gente se identifica com um monte de coisa que, na prática, a gente nem é.
por isso eu procuro ser o mais honesta possível comigo mesma.
porque mentir pros outros tá tudo bem, a pior coisa do mundo é mentir pro espelho...
enfim.
esses tempos eu venho assistindo criminal minds que nem doida. eu sei que isso é meio absurdo, já que eu gosto de coisa mimimi pra assistir, mas vamos combinar: o dr. reid é uma coisa linda. não era pra isso que eu vim falar de criminal minds.
então, eu tava vendo esses dias, aí o episódio era sobre um cara que simulava acidentes de carro para que seus homicídios parecessem ocasionais ou, mais tarde, suicídios. a equipe notou que isso não poderia ser real, porque as pessoas assassinadas tinham sentido para continuarem vivas.
elas tinham filhos, tinham carreira, emprego. elas pareciam felizes.
as famílias, fragilizadas, perguntaram-se o episódio inteiro: ele parecia feliz ou ele era, de fato, feliz?
e aí eu fiquei me perguntando: será que todo mundo tem mesmo um significado pra viver? será mesmo que se um desses serial killers me matarem alguém acreditará que foi um homicídio?
porque eu sou feliz.
juro pra vocês.
ou pra você.
ou pra quem for.
ou pra quem tiver que ser.
eu sou feliz.
eu sei que tô com cara feia esses tempos, nem eu tô me aguentando. é que tá tudo tão bagunçado que fico meio assim. mas eu tô aí, tô me jogando no cícero e no john mayer como se não houvesse amanhã. e, às vezes, na minha cabeça, não há. de vez em quando, minha cabeça fala pra mim que a gente não vai conseguir chegar até o fim da semana.
concordo, às vezes.
às vezes, só torço pro fim de semana chegar logo pra eu poder dormir um pouco mais.
às vezes, espero que tenha um monte de coisa pra estudar pra eu me ocupar.
às vezes, só torço. torço pra nada não, só torço. fico aí botando fé em nada, só pra ver se gira hora ou outra. porque é difícil demais ficar aí de pernas pro ar esperando algo vir pra correr atrás.
fico meio que nem cachorro correndo atrás do rabo e, antes que eu perceba, acabo mordendo meu rabo.
caindo numa enrascada que eu mesma plantei.
vivia escrevendo sobre me perder na bagunça que eu criava.
tô notando isso cada vez mais.
sou uma bagunça gigante, mesmo que eu não goste de ser.
mas fazer o que? a gente quase nunca é quem a gente quer ser ou quem a gente quis ser. na nossa cabeça, a gente é um monte de coisa. a gente se identifica com um monte de coisa que, na prática, a gente nem é.
por isso eu procuro ser o mais honesta possível comigo mesma.
porque mentir pros outros tá tudo bem, a pior coisa do mundo é mentir pro espelho...
Qual é o problema de todo mundo com mundos paralelos? Não é bem uma pergunta, é mais um começo de revolta: qual é o problema de todo mundo com pessoas que vivem em mundos fechados? Vivi por muito tempo em um, sim. E eu era bem melhor antes de sair dele. Ah!, como eu gostava daquele espacinho.
Ficava tudo tão arrumadinho, cada coisa no seu devido lugar e eu nunca nem precisei, de fato, arrumar algo. Era mágica. Coisa de mundo que só existe na minha cabeça.
É claro que alguém me fez o favor de tirar de lá de dentro, um dia. Preciso admitir que não foi legal.
Vou confessar: eu gosto do mundo real, de vez em quando. Eu só não gosto daqui quando eu tô tentando fazer algo que me exige silêncio absoluto e preciso ouvir, no mínimo, o som da caneta batendo na folha. Isso quando não tem o som da vizinha discutindo, também.
Gosto tanto daqui de dentro. É mais confortável. As músicas estão sempre no volume certo e eu posso dançar tanto quanto eu quiser. Tenho uma biblioteca imensa só pra mim e quatro poltronas de cores diferentes, caso eu venha a enjoar de alguma das cores.
Só não gosto de quando alguém tenta invadir. Sabe como é, é como tentar ME invadir. É tentar entrar em alguém que não quer ser conhecido. Tentar descobrir alguém fácil de ser descoberto, mas que se esconde atrás de pilastras para não ser visto.
Odeio quando conseguem. Odeio quando notam minhas ações repetitivas e odeio quando descobrem coisas sobre mim que eu nunca notei. Odeio, também, encontrar pessoas como eu. Odeio conhecer gente parecida comigo. Odeio muito quando me vejo nessas pessoas.
Quando eu era mais nova, meu pai me falou: cuidado com quem você odeia, porque, geralmente, você é mais parecida do que você imagina com essas pessoas.
Nunca concordei tanto.
E aí, dias atrás, ele me mandou cuidar em quem eu confio.
Ai, pai. Se você soubesse como eu cuido. Se você soubesse como é restrito quem entra nesse mundinho bola de gude que eu criei pra mim.
Ficava tudo tão arrumadinho, cada coisa no seu devido lugar e eu nunca nem precisei, de fato, arrumar algo. Era mágica. Coisa de mundo que só existe na minha cabeça.
É claro que alguém me fez o favor de tirar de lá de dentro, um dia. Preciso admitir que não foi legal.
Vou confessar: eu gosto do mundo real, de vez em quando. Eu só não gosto daqui quando eu tô tentando fazer algo que me exige silêncio absoluto e preciso ouvir, no mínimo, o som da caneta batendo na folha. Isso quando não tem o som da vizinha discutindo, também.
Gosto tanto daqui de dentro. É mais confortável. As músicas estão sempre no volume certo e eu posso dançar tanto quanto eu quiser. Tenho uma biblioteca imensa só pra mim e quatro poltronas de cores diferentes, caso eu venha a enjoar de alguma das cores.
Só não gosto de quando alguém tenta invadir. Sabe como é, é como tentar ME invadir. É tentar entrar em alguém que não quer ser conhecido. Tentar descobrir alguém fácil de ser descoberto, mas que se esconde atrás de pilastras para não ser visto.
Odeio quando conseguem. Odeio quando notam minhas ações repetitivas e odeio quando descobrem coisas sobre mim que eu nunca notei. Odeio, também, encontrar pessoas como eu. Odeio conhecer gente parecida comigo. Odeio muito quando me vejo nessas pessoas.
Quando eu era mais nova, meu pai me falou: cuidado com quem você odeia, porque, geralmente, você é mais parecida do que você imagina com essas pessoas.
Nunca concordei tanto.
E aí, dias atrás, ele me mandou cuidar em quem eu confio.
Ai, pai. Se você soubesse como eu cuido. Se você soubesse como é restrito quem entra nesse mundinho bola de gude que eu criei pra mim.
"Eu falo dele, mas eu sou igualzinha". Foi assim que eu notei que ela tinha mudado. É claro. Continua pirracenta, chata até os infernos não aguentarem mais, carente e manhosa como se tivesse três anos. Mas aquela coisa de adolescente revoltada que enchia a minha cabeça [e de todos ao seu redor] de ideias homicidas, foi embora. Ficou um pouquinho dela, só. A parte dela que conseguia aconselhar aos amigos que nunca fizessem o que ela sempre fez.
Faz um tempo que eu não conseguia sentir orgulho dela, admito. Não sou fã da vida que ela levava. E fã dela, tampouco. Não era. Me tornei, tempo atrás.Acho que, na verdade, sou mais fã de quem as pessoas se tornam do que de quem elas sempre foram. Porque eu amo demais a mutação, a mudança, a diferença, sei lá. Essa é a mágica da vida. O que diferencia, o que melhora.Ela melhorou. Quando a conheci, fazia parte do grupo de pessoas que eu convivia, amava, gostava, abraçava. Tinha apreço e apego. Mas nunca fez parte das pessoas que eu admirava. Passou a fazer, alguns meses atrás.
Não sei bem dizer o que mudou no meu jeito de tratá-la. Acho que, no fundo, nada mudou. Muda mesmo no que eu penso dela.Agora eu penso bem. Penso bem e sinto que posso, de fato, ter uma conversa. Sem segundas intenções ou palavras sobrepostas, "porque ela não entenderia".Fico feliz. Fiquei feliz. Muito feliz!
Porque, apesar de continuar sendo carente, chata, mala e manhosa; apesar de esperar que os céus e a terra movam-se para que o problema dela seja resolvido na hora que ela quer, ela mudou.Talvez na essência, talvez mais fundo do que eu e quaisquer pessoas ao redor dela possam notar. Não é visível, é perceptível. Dá pra saber que tem algo diferente, mas não dá pra ver o que.Gosto mais de você assim, Lu. Mas saiba: não vou deixar de gostar de você se você voltar a ser aquela pateta. Você é quem talvez pare de gostar de mim. Lembra de como eu sou chata?
Faz um tempo que eu não conseguia sentir orgulho dela, admito. Não sou fã da vida que ela levava. E fã dela, tampouco. Não era. Me tornei, tempo atrás.Acho que, na verdade, sou mais fã de quem as pessoas se tornam do que de quem elas sempre foram. Porque eu amo demais a mutação, a mudança, a diferença, sei lá. Essa é a mágica da vida. O que diferencia, o que melhora.Ela melhorou. Quando a conheci, fazia parte do grupo de pessoas que eu convivia, amava, gostava, abraçava. Tinha apreço e apego. Mas nunca fez parte das pessoas que eu admirava. Passou a fazer, alguns meses atrás.
Não sei bem dizer o que mudou no meu jeito de tratá-la. Acho que, no fundo, nada mudou. Muda mesmo no que eu penso dela.Agora eu penso bem. Penso bem e sinto que posso, de fato, ter uma conversa. Sem segundas intenções ou palavras sobrepostas, "porque ela não entenderia".Fico feliz. Fiquei feliz. Muito feliz!
Porque, apesar de continuar sendo carente, chata, mala e manhosa; apesar de esperar que os céus e a terra movam-se para que o problema dela seja resolvido na hora que ela quer, ela mudou.Talvez na essência, talvez mais fundo do que eu e quaisquer pessoas ao redor dela possam notar. Não é visível, é perceptível. Dá pra saber que tem algo diferente, mas não dá pra ver o que.Gosto mais de você assim, Lu. Mas saiba: não vou deixar de gostar de você se você voltar a ser aquela pateta. Você é quem talvez pare de gostar de mim. Lembra de como eu sou chata?
Te amo, probreminha.