vamos juntos
6:05 PMquando eu criei esse blog, eu queria sair um pouco da cara de "sou culta e mala, passo o dia inteiro lendo e tomando chá verde em xícaras tamanho PP". aqui, sempre tentei ser um pouco mais "entra aí, pega uma caneca, enche de café e vamos descobrir a vida juntos". é mais legal assim, não é?
enfim.
esses tempos eu venho assistindo criminal minds que nem doida. eu sei que isso é meio absurdo, já que eu gosto de coisa mimimi pra assistir, mas vamos combinar: o dr. reid é uma coisa linda. não era pra isso que eu vim falar de criminal minds.
então, eu tava vendo esses dias, aí o episódio era sobre um cara que simulava acidentes de carro para que seus homicídios parecessem ocasionais ou, mais tarde, suicídios. a equipe notou que isso não poderia ser real, porque as pessoas assassinadas tinham sentido para continuarem vivas.
elas tinham filhos, tinham carreira, emprego. elas pareciam felizes.
as famílias, fragilizadas, perguntaram-se o episódio inteiro: ele parecia feliz ou ele era, de fato, feliz?
e aí eu fiquei me perguntando: será que todo mundo tem mesmo um significado pra viver? será mesmo que se um desses serial killers me matarem alguém acreditará que foi um homicídio?
porque eu sou feliz.
juro pra vocês.
ou pra você.
ou pra quem for.
ou pra quem tiver que ser.
eu sou feliz.
eu sei que tô com cara feia esses tempos, nem eu tô me aguentando. é que tá tudo tão bagunçado que fico meio assim. mas eu tô aí, tô me jogando no cícero e no john mayer como se não houvesse amanhã. e, às vezes, na minha cabeça, não há. de vez em quando, minha cabeça fala pra mim que a gente não vai conseguir chegar até o fim da semana.
concordo, às vezes.
às vezes, só torço pro fim de semana chegar logo pra eu poder dormir um pouco mais.
às vezes, espero que tenha um monte de coisa pra estudar pra eu me ocupar.
às vezes, só torço. torço pra nada não, só torço. fico aí botando fé em nada, só pra ver se gira hora ou outra. porque é difícil demais ficar aí de pernas pro ar esperando algo vir pra correr atrás.
fico meio que nem cachorro correndo atrás do rabo e, antes que eu perceba, acabo mordendo meu rabo.
caindo numa enrascada que eu mesma plantei.
vivia escrevendo sobre me perder na bagunça que eu criava.
tô notando isso cada vez mais.
sou uma bagunça gigante, mesmo que eu não goste de ser.
mas fazer o que? a gente quase nunca é quem a gente quer ser ou quem a gente quis ser. na nossa cabeça, a gente é um monte de coisa. a gente se identifica com um monte de coisa que, na prática, a gente nem é.
por isso eu procuro ser o mais honesta possível comigo mesma.
porque mentir pros outros tá tudo bem, a pior coisa do mundo é mentir pro espelho...
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