growing up won't bring you down
5:04 PM"Eu falo dele, mas eu sou igualzinha". Foi assim que eu notei que ela tinha mudado. É claro. Continua pirracenta, chata até os infernos não aguentarem mais, carente e manhosa como se tivesse três anos. Mas aquela coisa de adolescente revoltada que enchia a minha cabeça [e de todos ao seu redor] de ideias homicidas, foi embora. Ficou um pouquinho dela, só. A parte dela que conseguia aconselhar aos amigos que nunca fizessem o que ela sempre fez.
Faz um tempo que eu não conseguia sentir orgulho dela, admito. Não sou fã da vida que ela levava. E fã dela, tampouco. Não era. Me tornei, tempo atrás.Acho que, na verdade, sou mais fã de quem as pessoas se tornam do que de quem elas sempre foram. Porque eu amo demais a mutação, a mudança, a diferença, sei lá. Essa é a mágica da vida. O que diferencia, o que melhora.Ela melhorou. Quando a conheci, fazia parte do grupo de pessoas que eu convivia, amava, gostava, abraçava. Tinha apreço e apego. Mas nunca fez parte das pessoas que eu admirava. Passou a fazer, alguns meses atrás.
Não sei bem dizer o que mudou no meu jeito de tratá-la. Acho que, no fundo, nada mudou. Muda mesmo no que eu penso dela.Agora eu penso bem. Penso bem e sinto que posso, de fato, ter uma conversa. Sem segundas intenções ou palavras sobrepostas, "porque ela não entenderia".Fico feliz. Fiquei feliz. Muito feliz!
Porque, apesar de continuar sendo carente, chata, mala e manhosa; apesar de esperar que os céus e a terra movam-se para que o problema dela seja resolvido na hora que ela quer, ela mudou.Talvez na essência, talvez mais fundo do que eu e quaisquer pessoas ao redor dela possam notar. Não é visível, é perceptível. Dá pra saber que tem algo diferente, mas não dá pra ver o que.Gosto mais de você assim, Lu. Mas saiba: não vou deixar de gostar de você se você voltar a ser aquela pateta. Você é quem talvez pare de gostar de mim. Lembra de como eu sou chata?
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