aquele sobre caio de abreu, às 21h59min de um dia que parece não acabar
6:01 PMte odeio. odeio, porque você me vomita. porque tudo o que eu escondo de mim você jogou pra fora numas palavrinhas chulas e escrotas como "amor, perdão, facilidade, felicidade, vontade". coisa boba. que eu falo mesmo, mas nunca explico, não expresso. palavrinhas que não passam de palavras e parece que você fez questão de dar significado pra cada uma delas. aí você deu significado pra mim e te odeio tanto. odeio tanto que dói e amargura, odeio tudo o que você fez e o que escreveu. odeio como mexe e como sinto que sou exatamente o que você escreve. essa balbúrdia e essa luta diária - tão diária quanto um copo de café - de permanecer vivo e feliz e só. e pra que mais, e o que mais? por que não, sim?
mas aí eu não consigo ficar sem ler quem você foi, porque você era tão bom e tenho vontade de me matar e ver se esse negócio de espaço-tempo é real mesmo, só pra saber se tem alguma chance de eu te conhecer e entender por que raios você foi assim e O QUE te fez ser assim e o que era você, porque CARA como pode, não pode, não é, não foi e fim. e chulamente repito: CARA, COMO?! não dá pra entender, não engulo e não absorvo suas palavras, deixo-as no ar e na mente: tento, no mínimo, não enlouquecer. não enlouquecer de doideira, mas enlouquecer de fraqueza que me dá a tamanha grandeza que você tem só por ter sido assim, desse jeitinho.
só que aí te amo. amo suas histórias, seus medos, suas fraquezas, suas recaídas, sua cara de pau e seu jeito escroto de ser tão amável. o pra sempre teu que cobra convites e o eternamente dela que transa com uma mulher e considera recaída. que sofre por ana e pede ana e suplica por ana como quem suplica pela volta do calor que fazia do café um café ainda bom [a única coisa boa que se restava] e não mais algo que já teve temperatura e é só mais um item requentado e sem graça da vida de quem perdeu um amor.
e, no fim, não te conheço.
e o dia não termina, mas quando percebo já é terça-feira e, céus!, quem roubou o final de semana? o sábado, pra onde foi? ninguém nunca dorme, ninguém nunca descansa, tem sempre alguém com a luz apagada sofrendo na maior clareza. coisa louca essa de viver.
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