me toma em teu compasso
que só no teu abraço
que eu me escondo do mundo
pele que é pele não mente
não esconde, não dissimularia
meu corpo seja palco
vertido e tomado em pelo à tua poesia
que só no teu abraço
que eu me escondo do mundo
pele que é pele não mente
não esconde, não dissimularia
meu corpo seja palco
vertido e tomado em pelo à tua poesia
not only the bad but the good ones too.
1_ Eu e meu primo e xodó, Gaio (Caio), no começo do ano. Aniversário dele. Meu príncipe. Fico sorridente o tempo todo perto dele. Lindo. ♥
2_ O que mais fiz durante o ano: estudar. Projeto USP 2014 não vingou, mas Projeto Faculdade Pública
2014 ainda tá em aberto. Veremos! ;)
3_ Eu e os meninos. Foram #parceiros o ano todo! Nas quartas-feiras que a vida tava chata, nos sábados que mereciam comemorações, nos programas de última hora que incluem banda boa e companhia ruim: na vida. Com café, sanduíche e Friends. :-)
4_ Dona Marina Marins, que tem o conjunto nome-sobrenome mais improvável da história da humanidade e é a pessoa mais com mais força, animação e graça que eu podia ter conhecido NA VIDA. E esse ano tive o imenso prazer de tê-la numa mesa dividindo (a água) e a vida. Linda. ♥
5_ Lembra dos de sempre? Adiciona na lista: domingos no parque.
7_ Mas fomos pra programas legais pra caramba. Tipo três shows d'O Teatro Mágico. ♥
8_ A melhor professora-amiga do mundo, que me fez chorar como criança no último dia de aula do Ensino Médio. (depois de me fazer sorrir durante os três anos mais bizarros da vida)
9_ O fim, enfim. Formada.
10_ Parceiragem e companheirismo absurdos definem nossa amizade. E que bom ^_^
11_ 2013 também foi um ano de decisões que ninguém entende, só o coração.
12_ Dentre essas decisões esquisitíssimas, o Jornalismo.
13_ Esta é uma foto representativa. Ela representa o quanto eu gosto de quem tá atrás da câmera, mas não só dela. Não só da Nat. Da Nat também. Mas da Li, que também vive atrás da câmera, me fotografando nos PIORES MOMENTOS POSSÍVEIS. Da Lu, que estava do lado quando a Li tirou uma das fotos absurdas. Da Luana, que esteve do meu lado tirando umas fotos horríveis, também. Da Mamu, que tira foto de crianças em suas grandes festas de dois anos e fotos comigo. Do Tenório, com quem eu não tenho fotos, mas tenho razões pra agradecer de sobra. Do Matheus Tenório, com quem eu tenho fotos desde que a foto era só analógica. Do Jonis, com quem eu só tenho foto que ele não sabe que eu tenho (mas com quem eu tenho músicas e histórias de todas as fases das nossas vidas). Do Paulinho, que nunca sorri nas fotos. Do Matheus, que faz a pose número 2 todas as vezes. Do meu irmão, que tira mais foto comigo do que sozinho. Da Joyce, que está comigo e me vê enquadrada numa foto do canto esquerdo. Da Marins, com quem eu tenho uma foto e um milhão de histórias. Do meu pai, que tira foto no espelho pra postar no Facebook. Da minha mãe, que odeia tirar foto. E de todo mundo que eu amo e, de alguma forma, como numa foto, tá eternizado num momento, numa pose, num sentimento, numa expressão, numa ação. Esta foto representa o todo que se encaixa dentro das razões pelas quais eu consigo, na vida, sorrir. E viver bem, feliz, docemente e gentilmente: comigo mesma e com todas essas pessoas - e aquelas que hei de conhecer.
E que venha 2014.
2013 em 13 músicas: uma por mês e uma pra essas últimas semanas. Só clicar no play! ;-)
Hoje fiz a última prova de vestibular do ano.
Desde Janeiro não me sentia tão aliviada.
Acabou, mano. E espero que pra sempre.
(Giovanna conviverá com a dúvida até 27.01)
Desde Janeiro não me sentia tão aliviada.
Acabou, mano. E espero que pra sempre.
(Giovanna conviverá com a dúvida até 27.01)
Cada um vive como pode
E eu não nasci pra sofrer
Cara feia, pra mim, é fome
E eu não faço manha pra comer
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus...
E se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Eu tenho que subir aos céus
Sem cordas prá segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar!
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus...
E se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Eu tenho que subir aos céus
Sem cordas prá segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar!
Oi. Meu nome é Giovanna Marques. Eu tenho sete regatas pretas, duas brancas e uma estampada que nunca uso. Seis calças jeans do mesmo tom. Três sapatos oxford (um "champagne" [sempre achei que era rosinha, mas uma amiga que manja mais disso do que eu me esclareceu que aquele tom chama-se desta forma. Obedeci.], um bege e um preto), dois mocassins (um bege e um vinho), três all stars (da mesma cor e modelos diferentes) e duas sapatilhas (uma azul e uma melissa que machuca meu pé). Eu tenho duas blusas super descoladas que são soltinhas, estampadas. E me deixam parecendo um balão. Tenho um monte de shorts jeans do mesmo tamanho, lavagem e estilo. Tenho uma saia de paetê que usei no Natal de 2011 (e tirei antes do fim da festa). Tenho um vestido que vai até o pé - e uso sempre que posso.
Oi. Meu nome é Giovanna Marques. Eu larguei a progressiva. Meu cabelo, hoje, é cacheado e eu uso solto. Mesmo quando tá volumoso. Mesmo quando os resquícios de progressiva dão as caras. Mesmo quando não dá tempo de lavar antes de sair e ele fica amassado do sono. Mesmo quando eu esqueço de arrumar antes de dormir. Mesmo quando me olham feio.
Oi. Meu nome é Giovanna Marques. Eu entro em blogs jovens diariamente pra uma pesquisa que faço desde o início desse ano. E leio comentários estúpidos e escrotos todos os dias. Incluo aqui coisas como "essa roupa te deixou gorda", "você era mais bonita quando usava a marca X", "emagrece uns 4kg", "sorri pra foto!", "não gostei dessa pose", "esse sapato já saiu de moda", "essa combinação não ficou boa", "essa jaqueta é tãããão last week" e o melhor de todos: "se mata, garota!".
Jovens são cruéis. Meninas são cruéis. Diga-me, você aí, por que raios é tão importante assim que eu compre roupas sazonalmente? Neste ano, durante minhas visitas à estes blogs "formadores de opinião", tenho notado que as leitoras julgam excessivamente a aparência das pessoas que dedicam seu tempo fazendo aquele conteúdo. "Mimimi, tão dando a cara a tapa tem que aceitar crítica". Sim, verdade. Um "mim não conjuga verbo" ou "o conteúdo do blog poderia falar mais sobre tal coisa..." vai bem, obrigada. Agora, tente me explicar quão crítico é, de fato, um comentário como "se mata, garota. Você tá gorda e essa blusa piorou isso!"? Não consegue, eu aposto.
É clichê dizer que cada um sabe o que faz, eu sei. Mas é isso aí: cada um sabe o que faz. E independente de quantas vezes comentarem que "essa sua roupa tá hor-rí-vel!", isso não vai fazer com que Fulana de Tal deixe de usá-la, se a roupa fizer com que ela se sinta bem. Se Fulana de Tal está bem com seu corpo, quem é você para dizer que ela deve emagrecer?
Aliás, que neura do cacete é essa de que todo mundo tem que pesar 55kg, vestir 36 e ter 1,70? E ah! Tem que ser tudo isso sem ser mala de academia no Instagram, viu. Pega mal.
Ah, mas faça-me o favor. Nem de longe quero ser a tia moralista que fala que não pode julgar o amiguinho, mas sejamos coerentes. A sua crítica só dá um efeito: o de encheção de saco. Porque, quando senta-se pra conversar, a roupa que se usa não vale nada. Porque, quando anda na rua, o vestido que "ficou muito longo", a "combinação de roupa que não rolou" com uma "jaquetinha last season" por cima fazem parte de mais uma das zilhões de roupas que vão passar e ninguém vai dar a mínima.
A internet é uma maravilha. Você consegue se informar sobre sua amiga da época do colégio e sobre os conflitos da Síria em uma distância de dois clicks. Mas é, também, uma bosta, porque dá uma liberdade absurda pra gente imbecil abrir a boca (ou bater os dedos) e falar o que não deve.
Se a roupa da Fulana não te agrada, não use. Se o cabelo dela, no seu ponto de vista, é feio, não faça o mesmo com o seu. Se o blog dela tem conteúdo que não te agrada, não acesse. Se a loja dela "é cara e os produtos não prestam", não compre. Se ela "tem atitude de broaca filha da puta", não aja como ela. Se Fulana de Tal "copia coisa dos outros", não dê audiência.
Perder tempo criticando e se desgastando com o que você não gosta é coisa de gente idiota. Perder tempo julgando a roupa que Fulaninho e Fulaninha usaram é uma imbecilidade que eu queria poder ser capaz de exprimir em palavras. Mas não posso.
O mundo da moda é uma loucura. A gente vê calça neon apedrejada numa estação e endeusada na outra. A gente vê rosa-pastel-champagne como tendência no outono e como i-ni-mi-ga pro verão.
Mas, diz aí, se eu seguir essas tendências muda o que? E se eu, Giovanna Marques, dona de um guardarroupa repleto de regatas lisas e calças jeans do mesmo tom, não sou obrigada a utilizá-las, por que a menina que cria conteúdo pra internet é?
É um egocentrismo estrondoso achar que sua opinião na forma como alguém se veste, o que é uma coisa tão pequena, vai ser de alguma relevância.
A gente tá regredindo. Esses dias, andando com um amigo e vestindo meu combo Giovanna-regata-jeans-mocassim, ele disse que parece que eu uso uniforme. Perguntei qual era a diferença. Ele disse "nenhuma, só acho engraçado". E é, mesmo. Porque meus amigos saem com meninas que se arrumam tanto pra vê-los que eles até reparam. E eles são desatentos. Meus amigos saem com meninas que tem "estilo rocker mais romântico, sabe?", mas não sabem conversar.
E como meus amigos tem certa preguiça, quando encontram alguém que saiba bater papo sobre tudo, ficam assustados. E aí é preciso convencê-los de que isso não é sinônimo de homossexualidade, mas de falta de tempo pra perder com coisa que não faz diferença. Meus amigos levaram tempo pra entender que eu não uso frufru, mas não sou lésbica. Que eu tenho bom gosto, mas não tenho uma namorada.
Estereótipos, eu sei. "Você não devia ser amiga de gente assim, Gi".
Mas é aquilo que eu falei: eu valorizo o que faz diferença. Hoje, eles sabem com quem eu saio. E o que eles achavam antes não faz mais diferença. Então eu não ligo.
Oi. Meu nome é Giovanna Marques. Eu larguei a progressiva. Meu cabelo, hoje, é cacheado e eu uso solto. Mesmo quando tá volumoso. Mesmo quando os resquícios de progressiva dão as caras. Mesmo quando não dá tempo de lavar antes de sair e ele fica amassado do sono. Mesmo quando eu esqueço de arrumar antes de dormir. Mesmo quando me olham feio.
Oi. Meu nome é Giovanna Marques. Eu entro em blogs jovens diariamente pra uma pesquisa que faço desde o início desse ano. E leio comentários estúpidos e escrotos todos os dias. Incluo aqui coisas como "essa roupa te deixou gorda", "você era mais bonita quando usava a marca X", "emagrece uns 4kg", "sorri pra foto!", "não gostei dessa pose", "esse sapato já saiu de moda", "essa combinação não ficou boa", "essa jaqueta é tãããão last week" e o melhor de todos: "se mata, garota!".
Jovens são cruéis. Meninas são cruéis. Diga-me, você aí, por que raios é tão importante assim que eu compre roupas sazonalmente? Neste ano, durante minhas visitas à estes blogs "formadores de opinião", tenho notado que as leitoras julgam excessivamente a aparência das pessoas que dedicam seu tempo fazendo aquele conteúdo. "Mimimi, tão dando a cara a tapa tem que aceitar crítica". Sim, verdade. Um "mim não conjuga verbo" ou "o conteúdo do blog poderia falar mais sobre tal coisa..." vai bem, obrigada. Agora, tente me explicar quão crítico é, de fato, um comentário como "se mata, garota. Você tá gorda e essa blusa piorou isso!"? Não consegue, eu aposto.
É clichê dizer que cada um sabe o que faz, eu sei. Mas é isso aí: cada um sabe o que faz. E independente de quantas vezes comentarem que "essa sua roupa tá hor-rí-vel!", isso não vai fazer com que Fulana de Tal deixe de usá-la, se a roupa fizer com que ela se sinta bem. Se Fulana de Tal está bem com seu corpo, quem é você para dizer que ela deve emagrecer?
Aliás, que neura do cacete é essa de que todo mundo tem que pesar 55kg, vestir 36 e ter 1,70? E ah! Tem que ser tudo isso sem ser mala de academia no Instagram, viu. Pega mal.
Ah, mas faça-me o favor. Nem de longe quero ser a tia moralista que fala que não pode julgar o amiguinho, mas sejamos coerentes. A sua crítica só dá um efeito: o de encheção de saco. Porque, quando senta-se pra conversar, a roupa que se usa não vale nada. Porque, quando anda na rua, o vestido que "ficou muito longo", a "combinação de roupa que não rolou" com uma "jaquetinha last season" por cima fazem parte de mais uma das zilhões de roupas que vão passar e ninguém vai dar a mínima.
A internet é uma maravilha. Você consegue se informar sobre sua amiga da época do colégio e sobre os conflitos da Síria em uma distância de dois clicks. Mas é, também, uma bosta, porque dá uma liberdade absurda pra gente imbecil abrir a boca (ou bater os dedos) e falar o que não deve.
Se a roupa da Fulana não te agrada, não use. Se o cabelo dela, no seu ponto de vista, é feio, não faça o mesmo com o seu. Se o blog dela tem conteúdo que não te agrada, não acesse. Se a loja dela "é cara e os produtos não prestam", não compre. Se ela "tem atitude de broaca filha da puta", não aja como ela. Se Fulana de Tal "copia coisa dos outros", não dê audiência.
Perder tempo criticando e se desgastando com o que você não gosta é coisa de gente idiota. Perder tempo julgando a roupa que Fulaninho e Fulaninha usaram é uma imbecilidade que eu queria poder ser capaz de exprimir em palavras. Mas não posso.
O mundo da moda é uma loucura. A gente vê calça neon apedrejada numa estação e endeusada na outra. A gente vê rosa-pastel-champagne como tendência no outono e como i-ni-mi-ga pro verão.
Mas, diz aí, se eu seguir essas tendências muda o que? E se eu, Giovanna Marques, dona de um guardarroupa repleto de regatas lisas e calças jeans do mesmo tom, não sou obrigada a utilizá-las, por que a menina que cria conteúdo pra internet é?
É um egocentrismo estrondoso achar que sua opinião na forma como alguém se veste, o que é uma coisa tão pequena, vai ser de alguma relevância.
A gente tá regredindo. Esses dias, andando com um amigo e vestindo meu combo Giovanna-regata-jeans-mocassim, ele disse que parece que eu uso uniforme. Perguntei qual era a diferença. Ele disse "nenhuma, só acho engraçado". E é, mesmo. Porque meus amigos saem com meninas que se arrumam tanto pra vê-los que eles até reparam. E eles são desatentos. Meus amigos saem com meninas que tem "estilo rocker mais romântico, sabe?", mas não sabem conversar.
E como meus amigos tem certa preguiça, quando encontram alguém que saiba bater papo sobre tudo, ficam assustados. E aí é preciso convencê-los de que isso não é sinônimo de homossexualidade, mas de falta de tempo pra perder com coisa que não faz diferença. Meus amigos levaram tempo pra entender que eu não uso frufru, mas não sou lésbica. Que eu tenho bom gosto, mas não tenho uma namorada.
Estereótipos, eu sei. "Você não devia ser amiga de gente assim, Gi".
Mas é aquilo que eu falei: eu valorizo o que faz diferença. Hoje, eles sabem com quem eu saio. E o que eles achavam antes não faz mais diferença. Então eu não ligo.
Pra começar esse diário de gratidão que, honestamente, está sendo escrito no domingo (porque essa semana está propensa a um grande número de reclamações), devo dizer: ouçam esta música. Prestem atenção na letra, nas entrelinhas, na alegria da platéia e na energia que ela transmite. E apenas então continuem lendo.
Camarada, viva a vida mais leve
Não deixe que ela escorregue e te cause mais dor
E amanheça brilhando mais forte
Que a estrela do norte que a noite entregou
Nessa última sexta-feira, dia 06 de Dezembro de 2013, fui ao último show d'O Teatro Mágico que espero ir este ano. Digo "espero" porque, só em 2013, fui em três shows da trupe - o que significa que fui ao show de sexta-feira sabendo até a setlist. Mas fui. Fui, porque tem hora que o coração começa a gritar por um pouco mais de arte, cor e vida. E quando o coração pede, tudo o que podemos fazer é obedecer. E obedeci com gosto, porque amo O Teatro Mágico, mesmo já tendo decorado a setlist.
Este foi o primeiro show deles pelo qual paguei pra entrar (a vida anda dura, cê sabe, né. Evento beneficente e com entrada por alimento é o que tá teno). E falei para meu amigo (que me acompanha em todos os shows) que "esse show tem que valer os quarenta e dois e vinte e cinco centavos que paguei"! Quer saber? Valeu o triplo. O quádruplo. E me senti uma imbecil por ter comparado sentimentos com valores.
Por que, Gi?
Bem, primeiro que eu não sabia a setlist. A segunda música já me surpreendeu. (Apesar d'eu ter gritado muito [muito!] com a primeira música de todos os shows, que diz que todos devemos "SEEEEEEEEEEMEAAAAAAAAAAAAR O AMOOOOOOOR!" que eram, inclusive, os dizeres da minha camiseta!)
E do nada, no meio do show, Fernando Anitelli (o grande!) pára e toca UMA PARTE QUE NÃO TINHA. Aquela mesma música que me fez chorar em meados de 2008. Aquela, que me uniu à uma prima com quem nunca havia tido contato. Aquela prima que, depois de passar quatro anos tomando sorvete com leite condensado comigo nos finais de ano, se converteu à ideologia rastafari e saiu de casa. Hoje não toma mais sorvete comigo. Hoje, tem um filho: uma parte que não tinha.
Do nada, no meio do show, o incrível Fernando Anitelli canta "Criado Mudo". Aquela que tá escrita na minha parede. E, depois, "Sina Nossa". Aquela que me fez chorar.
E se isso ainda não te convenceu do porquê d'eu ter sido uma imbecil de ter comparado valores com sentimentos, digo mais:
Porque vejo nos olhos vermelhos (aquela maquiagem deve arder pakas!) do Anitelli o sonho que ele construiu. A platéia compartilha da música livre, do pensamento livre, da vida livre. O povo não liga se erra a letra (e se errar, a gente canta errado também!), o povo não liga se muda o ritmo. A gente pula com groove, pula com voz e violão, fica quietinho nas músicas que quase não tem instrumento, inventa dança pra música que não tem dança. O público se sente parte d'O Teatro Mágico e eu enxergo isso nos olhos do Fernando, durante os shows.
Minhas pernas, na saída do Espaço Lux, pediam arrego. Pediam pra eu parar, sentar, tomar dois litros d'água e dormir por doze horas seguidas. No mínimo.
Em contrapartida, meu coração estava alegre, como sempre fica depois de um show d'O Teatro Mágico. Como fica quando algo é muito bom, nos mínimos detalhes, e emociona. Cada milímetro do meu corpo estava plenamente imerso numa felicidade sem tamanho, que havia sido causada pela delicadeza da grooveria do Serginho Carvalho. Pela precisão dos acordes do grandessíssimo Daniel Santiago. Pela lindeza do violino do Galllllllllldino. Pelos batuques certeiros do Rafa dos Santos. Pelas tecladas do Guilherme Ribeiro. Pelos movimentos delicados e expressivos das incríveis gêmeas maravilhosas, Nayara e Nathalia! E, é claro, pela lindeza da voz, das emocionantes composições, das hilárias atuações e da atenção que naquilo que crê que tem o Anitelli.
Que bom que fui em mais um espetáculo desses, que bom que faço parte dos Raros. Que bom que sou parte de um tudo numa coisa só.
:-)
E, não bastando este show de emoções na sexta-feira, hoje (domingo) tive a oportunidade de conhecer aquela parte da família que ninguém sabe o nome. Sabe, só? Que é primo do irmão do tio do avô do seu pai.
Eu esperei papo furado, gente mala, primo chato no celular no canto e coisa e tal. Não podia estar mais enganada.
Minha família (mesmo aquela parte do primo do irmão do tio do avô do meu pai) é gente fina pra caramba. São animados. Tem samba no pé. E na mão. No batuque. E dançam, cantam alto (e cantam música boa, ô). E fazem comida boa e tomam café fora de hora, também. Tem sorriso no rosto, as mais variadas cores, cabelos, cheiros e prioridades. Mas na hora de sentar pra contar história, a gente só repara quem vem de quem. É todo mundo igual. Tudo família, tudo Marques.
Eu sou Giovanna, do Fernando, que veio da Betinha...
No fim das contas, é todo mundo de Constância... Com uns anexos. Né?!
Que bom que tive essas surpresas maravilhosas. Que bom que a vida proporciona esses momentos pra gente pensar: que bom.
Quero entender o que passa na sua cabeça quando você lembra de mim. E eu sei que você lembra. Lembra, porque eu te dei aquele livro do Hemingway e você parece ter gostado: de vez em quando ainda me liga para compartilhar algo sobre. Lembra, porque o seu riso dá lugar ao silêncio quando você se entrega às saudades em meio às conversas. Lembra, porque eu também lembro de você e o coração sabe quando não deve mais lembrar.
E queria mesmo poder voltar no tempo pra te falar tudo o que eu devia ter dito e nunca consegui, porque céus!, você sempre me distraiu e eu trocava palavras por risadas e as conversas se tornavam intermináveis papos de cúmplices de algo que foi e escondiam tudo o que eu tinha pra dizer.
E como tinha.
Então, agora, depois de você já ter ido, de eu já ter te perdido, gostaria que você soubesse que quando você ainda estava aqui e as coisas ainda aconteciam, eu queria ter te dito que gosto (no presente do indicativo) do seu jeito, da sua voz e do que você diz. Que gosto das piadas, da infâmia, do mau gosto deslavado e do bom gosto surpreendente (porque afinal, disseram uma vez que só existem dois: o mau e o meu). Queria ter te dito que gosto (no presente do indicativo) de você desde a primeira vez que te ouvi falar. Mesmo que, naquela época, eu tivesse todos os motivos para não gostar.
Gostei de você esse tempo todo sem nem saber. E eu gostei quando você tomou coragem e contrariou a maioria. Gostei e continuo gostando quando você se põe a postos e assume uma posição em qualquer situação. Gostei até quando se posicionou e me disse não. Gostei ainda mais, aliás.
Queria ter te dito, mas precisei te esperar ir pra tomar coragem, que gosto de você desde quando você me abraçou sem nem me conhecer. Desde quando sorriu tão bonito quando me viu e eu era só uma menininha. Quando secou meu choro e me contou o segredo que nunca mais esqueci: “tá tudo bem não saber".
Mas não sei se quero que sejamos o que poderíamos ter sido. Nesta altura do campeonato, depois de você já ter ido, só consigo te lembrar das tantas coisas que eu queria ter dito, mas me acostumei a sentir e deixei passar até você ir para conseguir te dizer: destas coisas, destaco mais uma: só não gostei de você quando você foi.
Porque eu sei exatamente quando te perdi e fico tentando imaginar como será que as coisas teriam sido se eu tivesse feito diferente. Eu sei que fui eu. Dessa vez, diferentemente de quando eu gostei de você, eu sei o que tá acontecendo e não tenho dúvida alguma: a culpa foi minha. E fui eu quem te perdeu.
Existe uma remota possibilidade de que possamos ser amigos. Isso implicaria em coisas como almoços silenciosos e conversas meteorológicas. Precisaríamos esconder o melhor das nossas vidas para que não soasse como pretensão e passaríamos a vida lembrando do que poderíamos ter sido e nunca fomos, porque num dado momento decidi te contar o que deveria ter dito antes de você ir e nunca disse. Passaríamos a vida tentando criar algo que não nascemos para ser, porque, de fato, nascemos para não ser, mas para estarmos juntos – independente do termo ou convenção que nos unisse.
Para que fôssemos amigos, eu precisaria aceitar que não se pode arrumar o cabelo de amigos e que amigos conversam, de vez em quando, sobre o tempo. E eu precisaria aceitar que amigos não roubam beijos e não dividem abraços longos.
Desculpa vir até você, depois de você já ter ido, para te dizer todas essas coisas, mas acontece que eu percebi que também não podemos ser amigos e quero (no presente do indicativo) que você saiba que sempre serei (no futuro do presente – porque o sempre inclui o agora) apaixonada pelo que não fomos (no pretérito perfeito – porque assim o foi).
Parabéns pela voz, pela mente, pela música, pela alma que existe dentro desse corpo tão pequeno. Feliz aniversário, Maria Gadú, e muitos anos pra você. Muitos anos para alguém que, diferentemente do vinho, não precisou envelhecer para ser bom. Feliz, feliz e feliz, Gadú. Hoje, sobretudo, feliz aniversário. Todo dia, entretanto, feliz vida. Pra que esse sorriso estampe a sua música, que estampa você.
♥
O fim é belo e certo
Depende de como você vê
O novo, o credo
E a fé que você deposita em você
Every new beginning
Comes from some other beginning's end
Porque para que o novo chegue, é preciso terminar. E que bom que terminei chorando, porque assim consigo entender que as coisas valeram a pena, de certa forma. O stress se esvaiu em alegrias; as brigas viraram histórias; as caras feias viraram sorrisos e tudo o que pareceu ruim hoje só faz parte de uma grande choradeira coletiva.
Então sou grata por um final tão bom que fez com que eu chorasse e que me faz sentir falta. Sente-se falta apenas do que foi bom.
O Ensino Médio acabou.
Come on, life, I'm waiting for you ;)