a minha teoria de como as coisas funcionam
12:54 PMEu acredito que as coisas funcionem, porque fazemos as coisas funcionarem. Não acredito em destino. Não acredito em pré-destinação (pior). Acredito, no máximo, no poder do acaso. E só.
Na vida, precisamos fazer. Agir. Vida é verbo de ação e se você se mantiver na retaguarda pra não se machucar, nada acontece. Você não vai beijar aquele cara se não contar pra ele que quer beijá-lo. Você não vai conseguir aquele emprego se não for até lá falar: "cara, eu posso fazer isso muito bem". Se você não dançar, a vontade não vai passar. Se você não disser que está com saudades, ninguém vai descobrir. Você precisa avisar as pessoas que está chateada com elas pra que elas saibam.
Ninguém tem a menor obrigação de ler os seus sinais. De uma forma geral, as pessoas não sabem fazer isso. Já me envolvi e conheci pessoas que gostavam de sinais. Aprendi a ler sinais.
Mas isso sou eu.
E porque eu precisei aprender a ler sinais, evito emiti-los. Aprendi a dizer: "quero ficar com você". Aprendi a demonstrar. Aprendi a não passar vontade (quando é possível, claro. Morro de vontade de Viena, por exemplo). Aprendi a criar possibilidades, ao invés de unicamente esperar por oportunidades. Aprendi a aproveitar oportunidades. Aprendi a puxar pelo braço, falar, contar, admitir, pedir desculpas.
As coisas funcionam melhor quando você faz com que elas aconteçam. A vida acontece melhor quando você levanta da cadeira e começa um novo projeto. Mesmo que dê errado. Mesmo que você desista no meio. Mesmo que não dê.
Gi, isso dá errado. Gi, dói. Gi, machuca. Gi, não dá. Gi, eu tenho medo.
Medo? Eu também tenho. Morro de medo de rirem quando digo "com certeza!" ao invés de um polido "não", mas falo. Falo, porque sei que o "não" polido não é verdadeiro e a vida exige verdade.
A vida exige que você pule de cabeça em poças d'água, de vez em quando, pra aprender a nadar de braçada numa piscina olímpica. Se não houver atitude sua, o que tá ao seu redor fica estático. Você não vive.
Todos os dias, quando acordo, repito o mantra: não fique na retaguarda. Seja você mesma.
Ser eu mesma é uma coisa muito louca. Eu falo alto demais, me meto na vida dos outros tentando ajudar quem não me pede ajuda. Odeio ver gente sofrendo, odeio ver bicho sofrendo, odeio ver sofrimento. Gosto de abraçar as pessoas, gosto de olhar nos olhos das pessoas. Sou verdadeira. Eu digo o que pensam e não dizem. Eu digo o que eu penso e tenho medo. Eu digo.
Ser eu mesma, às vezes, é sinônimo de estar sozinha. Ser eu mesma, às vezes, cansa. Ser eu mesma, significa arriscar. Dar um passo maior que a perna, às vezes. Colocar o pé de olhos fechados e torcer pra que tenha chão.
Aprendi depois de muitos tombos que todo sentimento é válido. Que toda dor tem seu papel no amadurecimento. Que "às vezes, quero tudo o que sonhei e, às vezes, tudo o que eu quero é desistir". E que eu sinto muito blues.
Aprendi com o tempo que na minha lápide quero um "vivi tudo" ao invés de uma trilha sonora regada pela voz dos Titãs dizendo que flores de plástico não morrem. Quem não morre, não vive.
E, céus, como eu amo viver.
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