insisto em
atravessar coisas, lugares, pessoas. atravessar, passar por entre, passar
batido, deixar ir, sorrir, oi tudo bem como foi seu dia tô ótima mas tô
correndo depois a gente se fala. atravessar, deixar ser, deixar levar, deixar. atravessar, não fazer questão, não ser necessário, não ter porquê. insisto em
atravessar, nunca ficar, nunca sentir, nunca me deixar arranhar como quem passa
e fica, como quem anda e sente, como quem caminha devagar para sentir o cheiro
das árvores, para aproveitar o calor do abraço e sentir cada segundo enquanto
ele aquece do peito pra dentro. preciso aprender a ficar. ficar quando dá medo
e vontade de sair correndo. ficar quando talvez dê errado, quando a mão suar, o
desespero bater, o cansaço chiar, a voz falhar e o medo gritar. aprender a
parar de atravessar os dias e aprender a ficar em todos eles, por descuido ou poesia, aprender a gostar de ficar.
estar com você é agradecer o abraço apertado às seis e vinte das terça-feiras chuvosas que tem atingido essa cidade, por tanto, tão cinza. o beijo guardado pro banco do fumódromo onde você já criou até raízes. é te procurar nos seus lugares e fingir indiferença quando não vejo, mesmo que o coração ria por dentro dos vultos de você que ficam em cada lugar por onde você passou.
é resolver respirar fundo num dia ruim e, ao fechar os olhos, sentir a calma que vem com as suas mãos num ombro já exausto e tensionado. é beijar seu ombro pra não atrapalhar a concentração e sorrir ao sentir o relaxamento do músculo do braço. é despentear e pentear seu cabelo como hobby e contar os pêlos brancos que preenchem sua barba. é cantar Anavitória, Tiago Iorc, Marcelo Camelo e Saulo com o mesmo sorriso. é tirar a roupa no final do dia e sentir seu cheiro na blusa, no lenço e na calça, onde você apóia uma mão enquanto deixa queimar o cigarro na outra pra gastar tempo olhando pra mim. é a dose diária de alegria na simplicidade encaixada na vontade imensa de estar perto, junto, ao lado, dentro.
estar com você é entender Vinicius quando dizia sobre querer estar perto, se longe e, mais perto, se perto. é ver flor em pedra nos dias bons e aprender a enxergar a importância da pedra sem flor nos dias ruins.
estar com você é aprender a absorver a alegria e deixar que ela se dissemine. estar com você é aprender a sentir tudo o que pode ser sentido com outro alguém. sentir tudo o que pode ser sentido.
aprender a sentir tudo.
tudo.
e você.
é resolver respirar fundo num dia ruim e, ao fechar os olhos, sentir a calma que vem com as suas mãos num ombro já exausto e tensionado. é beijar seu ombro pra não atrapalhar a concentração e sorrir ao sentir o relaxamento do músculo do braço. é despentear e pentear seu cabelo como hobby e contar os pêlos brancos que preenchem sua barba. é cantar Anavitória, Tiago Iorc, Marcelo Camelo e Saulo com o mesmo sorriso. é tirar a roupa no final do dia e sentir seu cheiro na blusa, no lenço e na calça, onde você apóia uma mão enquanto deixa queimar o cigarro na outra pra gastar tempo olhando pra mim. é a dose diária de alegria na simplicidade encaixada na vontade imensa de estar perto, junto, ao lado, dentro.
estar com você é aprender a absorver a alegria e deixar que ela se dissemine. estar com você é aprender a sentir tudo o que pode ser sentido com outro alguém. sentir tudo o que pode ser sentido.
aprender a sentir tudo.
tudo.
e você.
Olha, só tô te dizendo que isso é tudo o que eu tenho pra te oferecer de mim. Isso aqui é a cara, a coragem, o corpo, a alma, a mente e todos os subsetores dentro de cada uma dessas partições. Pode não parecer muito pra você, mas é tudo pra mim. Eu sou tudo pra mim e eu não preciso de você. É, e não me olha com essa cara. Eu não preciso mesmo, mas eu quero você.
É essa a diferença. E você consegue ver, certo? Digo, você está vendo tudo e talvez seja difícil para entender o que eu acabei de dizer, mas peço que você enxergue os detalhes. Eu te entendo. É difícil enxergar a si mesmo e você está em tudo dentro de mim.
Esforce-se para enxergar, porque você me pediu, reza pra nesse ano novo eu cumprir minhas promessas; e exatamente porque você não enxerga, eu só consegui pedir o de sempre, um café puro e um pão de queijo, por favor.
É essa a diferença. E você consegue ver, certo? Digo, você está vendo tudo e talvez seja difícil para entender o que eu acabei de dizer, mas peço que você enxergue os detalhes. Eu te entendo. É difícil enxergar a si mesmo e você está em tudo dentro de mim.
Esforce-se para enxergar, porque você me pediu, reza pra nesse ano novo eu cumprir minhas promessas; e exatamente porque você não enxerga, eu só consegui pedir o de sempre, um café puro e um pão de queijo, por favor.
Então baixa a guarda.
Esconde as garras, a armadura, a imagem que quer passar, a casca que cobre o todo. Me deixa te ver por dentro: deixa eu conhecer as tuas meias pretas, o teu cabelo bagunçado, até onde vai tua miopia, o que te tira o sono, o que te cansa a mente, o que te atrasa o riso (mas nunca pára, isso eu sei, ainda bem).
Esconde as garras, a armadura, a imagem que quer passar, a casca que cobre o todo. Me deixa te ver por dentro: deixa eu conhecer as tuas meias pretas, o teu cabelo bagunçado, até onde vai tua miopia, o que te tira o sono, o que te cansa a mente, o que te atrasa o riso (mas nunca pára, isso eu sei, ainda bem).
dava pra sentir você passando só pra mim
parece brincadeira, mas eu sei que a gente faz
um monte de besteira por saber que é bom demais
Desculpa se não te verbalizo o que sinto, mas parece tão óbvio que nunca me passou pela cabeça que talvez fosse necessário.
Eu gosto dos seus olhos. Gosto de como você olha pra mim.
Gosto de como você sempre olha dentro dos meus olhos pra falar qualquer coisa.
Gosto da sensação confortável de ser vista por você.
Gosto do formato da sua boca. Do pêlo da barba que cai em cima do lábio e de como o lábio se curva quando você sorri. Adoro teu jeito de sorrir quando me beija. Adoro o gosto do seu beijo, o toque da sua língua, a pressão da tua mão no meu quadril.
Gosto do formato das tuas mãos, da textura da pele das tuas costas, do cheiro do teu pescoço. Gosto da sua boca na minha nuca, do vapor do seu hálito quente pelo meu corpo.
Gosto do tom da tua voz e do teu sussurro no meu ouvido.
Dos teus dedos entrelaçados no meu cabelo e de como você segura minhas mãos. De como você não faz nada por fazer; se despe dos costumes, assume que o negócio é se arriscar, como Pitty já diria.
De você inteiro, com todos os receios e histórias que cortaram pela metade antes do final. Da tua insegurança boba. Da companhia pra rir da porra toda.
Gosto de você ao som de Marcelo Camelo, Mallu Magalhães, Fiona Apple, Tó Brandileone. Gosto de você, com a vontade de seguir em frente que só meu olho no teu sabe que existe.
Gosto do formato da sua boca. Do pêlo da barba que cai em cima do lábio e de como o lábio se curva quando você sorri. Adoro teu jeito de sorrir quando me beija. Adoro o gosto do seu beijo, o toque da sua língua, a pressão da tua mão no meu quadril.
Gosto do formato das tuas mãos, da textura da pele das tuas costas, do cheiro do teu pescoço. Gosto da sua boca na minha nuca, do vapor do seu hálito quente pelo meu corpo.
Gosto do tom da tua voz e do teu sussurro no meu ouvido.
Dos teus dedos entrelaçados no meu cabelo e de como você segura minhas mãos. De como você não faz nada por fazer; se despe dos costumes, assume que o negócio é se arriscar, como Pitty já diria.
De você inteiro, com todos os receios e histórias que cortaram pela metade antes do final. Da tua insegurança boba. Da companhia pra rir da porra toda.
Gosto de você ao som de Marcelo Camelo, Mallu Magalhães, Fiona Apple, Tó Brandileone. Gosto de você, com a vontade de seguir em frente que só meu olho no teu sabe que existe.
já são quatro anos. quatro anos desde o dia em que a culpa me consumiu até o último cacho e me fez passar tontas e tantas noites à beira do abismo. quatro anos inteiros de dor de uma perda e, por tanto, incompreensível.
eu tentei tanto. disse tanto. mostrei tanto. provei tanto: por que foi?
certa vez, em meio a uma discussão, citei ao meu amigo que estragar a própria vida é um direito inalienável. só não contasse comigo.
foram muitas discussões. foram muitas tentativas. cada vez que ele usava um método novo e amanhecia no hospital depois da crueldade da madrugada, um pedaço de mim recebia a faca no pulso, o choque, os remédios, o álcool, a droga. e morria uma parcela do meu peito que insistiu tanto em desejar o bem pra quem nunca soube viver assim.
o sorriso dele era uma das coisas mais tortas do mundo. os dentes eram retos, mas o sorriso não me dizia nada, não me passava verdade, não explicava alegria. era o sorriso discreto da monalisa que parou de tentar.
esse tempo todo sem compartilhar o meu riso alto e largo com ele só me leva a crer, dia após dia, no poder de escolha, no poder da vontade de não sentir mais vontade e de abdicar o próprio poder.
apesar de não ser justificável, eu entendo: estragar a própria vida é um direito inalienável do qual ele abriu mão. abrir mão também é direito.
só dói pra quem fica. mas uma hora a mente aprende a entender que essa perda ia acontecer. se não onde e quando foi, um mês depois a 20km dali. mas ia acontecer de qualquer forma.
e, hoje, quatro anos depois, apesar da falta e da dor de cabeça e das lembranças que me assombram e do som da sua risada que eu nunca sabia se era verdadeira e da última frase que você me disse ("clareza demais cega, gatinha"), eu sei que não podia ter sido de outro jeito.
não podia te pedir pra ficar porque é difícil pra mim, apesar de ser mesmo. e muito.
mas era mais pra você. por isso você foi e eu fiquei aqui de peito aberto, furado e com ferida exposta, mas fiquei.
e a forma que encontrei pra curar essa dor foi me lembrar que eu não posso permitir que a morte dele me mate em vida.
eu tentei tanto. disse tanto. mostrei tanto. provei tanto: por que foi?
certa vez, em meio a uma discussão, citei ao meu amigo que estragar a própria vida é um direito inalienável. só não contasse comigo.
you made yourself a bed at the bottom at the blackest hole and convinced yourself it's not the reason you don't see the sun anymore
o sorriso dele era uma das coisas mais tortas do mundo. os dentes eram retos, mas o sorriso não me dizia nada, não me passava verdade, não explicava alegria. era o sorriso discreto da monalisa que parou de tentar.
esse tempo todo sem compartilhar o meu riso alto e largo com ele só me leva a crer, dia após dia, no poder de escolha, no poder da vontade de não sentir mais vontade e de abdicar o próprio poder.
apesar de não ser justificável, eu entendo: estragar a própria vida é um direito inalienável do qual ele abriu mão. abrir mão também é direito.
só dói pra quem fica. mas uma hora a mente aprende a entender que essa perda ia acontecer. se não onde e quando foi, um mês depois a 20km dali. mas ia acontecer de qualquer forma.
e, hoje, quatro anos depois, apesar da falta e da dor de cabeça e das lembranças que me assombram e do som da sua risada que eu nunca sabia se era verdadeira e da última frase que você me disse ("clareza demais cega, gatinha"), eu sei que não podia ter sido de outro jeito.
não podia te pedir pra ficar porque é difícil pra mim, apesar de ser mesmo. e muito.
mas era mais pra você. por isso você foi e eu fiquei aqui de peito aberto, furado e com ferida exposta, mas fiquei.
proud mary, keep on burning!
e a forma que encontrei pra curar essa dor foi me lembrar que eu não posso permitir que a morte dele me mate em vida.
e porque apesar das verdades e dos desafios, das cozinhas e banheiros, dos mal entendidos e das histórias mal contadas. e apesar da má fama, do receio, dos limites e das barreiras. dos bares e cervejas distintos, do discurso pronto, do cansaço, do meu deus e dos seus orixás, da nossa fé e de tudo o que nela cabe. das ideologias e das regras, das músicas cantadas ao pé d'ouvido e das coincidências. porque apesar dos amigos e das meias verdades e das praças e das vontades e da praia e do quarto do meio e dos nós dos nossos cabelos. e por falar em nós: sobretudo, porque, apesar de nós, nós.
pro nosso nós não deixar de ser assim tão singular
Uma hora você vai precisar parar de chorar. Eu sei que agora
tá doendo, que essa coisa de amor que não dá certo dói pra cacete e dá a
impressão de que não vai passar nunca. Li uma vez, levo pra vida: o pior da dor
é que, até passar, parece que não vai passar nunca.
Mas vai. E passa. E a gente segue em frente.
E, até lá, eu preciso te contar um negócio: você vai
precisar parar de chorar. Você vai precisar aprender a lidar com a vida que ele
escolheu seguir, com as escolhas que ele tomou, com o buraco que ele deixou.
Quando o meu primeiro amor me deixou, achei que o mundo ia
acabar. Depois, descobri que não ia não. E passou.
Quando o meu maior amor me deixou, achei que o mundo ia
acabar. E por anos, acabou. Por anos, carreguei nas costas a dor de viver sem
tê-lo. Levou anos até que eu pudesse tirar o mundo de dentro da caixa de sapato
cheia de pólvora em que eu o enfiei e insistia em acender cigarros ao lado. Levou anos pra eu aprender que a vida tem que continuar. Demorou pra eu
não querer explodir tudo e implodir os cacos que sobrassem.
Mas esse dia chegou.
E até esse dia chegar, aprendi diariamente que eu precisava
aprender a parar de chorar.
E você precisa.
Você precisa tocar a vida, olhar pra cima, renovar o guardarroupa, a sapateira e o armário da cozinha. Você vai precisar olhar pra novos lugares, conhecer um restaurante novo pro semana e, se for o caso, trocar de emprego. Você vai me odiar por dizer isso, mas é agora a hora em que você precisa pensar na sua fé e ver se ela te ajuda ou te põe pra baixo. Você vai precisar repensar seus tradicionalismos, porque a vida pede coragem o tempo todo.
Você vai precisar encarar tudo com certo humor e com cara de quem sabe que não podia ter sido de outro jeito. Você vai precisar pensar duas vezes antes de contar "o que aconteceu". Você já precisa de um espelho que te mostre tua beleza e tua perseverança.
Você vai precisar aprender a lidar com as suas oscilações de humor e com a sua mania de controle.
Você vai precisar aprender a lidar com a forma como você desconta as coisas em quem não tem nada a ver. Já precisa.
Uma hora você vai precisar parar de chorar e essa hora é agora. Respira fundo. Levanta. Se refaz. A vida não pára.
Tá doendo. Eu sei que dói. Dor de amor é horrível.
Mas uma hora você vai precisar parar de chorar.
Porque, apesar da dor, do cansaço, do choro, do desgosto, da humilhação; porque, apesar disso tudo, a vida não pára.
Você precisa tocar a vida, olhar pra cima, renovar o guardarroupa, a sapateira e o armário da cozinha. Você vai precisar olhar pra novos lugares, conhecer um restaurante novo pro semana e, se for o caso, trocar de emprego. Você vai me odiar por dizer isso, mas é agora a hora em que você precisa pensar na sua fé e ver se ela te ajuda ou te põe pra baixo. Você vai precisar repensar seus tradicionalismos, porque a vida pede coragem o tempo todo.
Você vai precisar encarar tudo com certo humor e com cara de quem sabe que não podia ter sido de outro jeito. Você vai precisar pensar duas vezes antes de contar "o que aconteceu". Você já precisa de um espelho que te mostre tua beleza e tua perseverança.
Você vai precisar aprender a lidar com as suas oscilações de humor e com a sua mania de controle.
Você vai precisar aprender a lidar com a forma como você desconta as coisas em quem não tem nada a ver. Já precisa.
Uma hora você vai precisar parar de chorar e essa hora é agora. Respira fundo. Levanta. Se refaz. A vida não pára.
Tá doendo. Eu sei que dói. Dor de amor é horrível.
Mas uma hora você vai precisar parar de chorar.
Porque, apesar da dor, do cansaço, do choro, do desgosto, da humilhação; porque, apesar disso tudo, a vida não pára.
Olho pros lados. Vejo gente triste. Em todos os lugares. Atrás dos sorrisos, atrás das comemorações, atrás das frases de efeito, atrás das superações. Onde deveria existir amor, companheirismo, ajuda; tem cobrança, lei, exigências. Por que, ein?
Quando foi que a gente começou a aceitar dedo dos outros na nossa vida? Em certos casos, a mão inteira. Céus!, somos bombardeados com tantas regras, padrões, doutrinas, mantras e "sims" e "nãos" e até onde a gente aguenta?
Conversando com as minhas colegas de sala, noto como precisamos ensinar às pessoas decidirem suas vidas sozinhas. Não porque temos que viver sozinhos, mas porque temos que entender que quem arca com as consequências das nossas escolhas somos nós. Responsabilidade inevitável e intransferível.
O que não significa, também, que, necessariamente, devemos anular o papel dos amigos e familiares ao tentarem nos ajudar. Veja bem: precisamos saber agir sozinhos, porque, hora ou outra, você precisará tomar decisões sem apoio ou ajuda, mas é excelente contar com pessoas que estejam com você e se disponham a compartilhar a vida e ter a vida compartilhada, também.
Viver sozinho é um saco. Mas precisamos saber diferenciar o que é um saco do que é necessário. Amizades e familiares são pessoas, pessoas são imprecisas, mas necessárias. Ser humano foi feito pra amar, gente. Pro amor. Pra vida boa, pro sorriso.
Esse papo de que gente precisa trampar de segunda a segunda pra se sentir digno é mentira. Gente precisa de abraço, sorriso, música, amigos, companhia e, ocasionalmente, de algumas decepções e tristezas. Faz parte.
Só que temos que saber lidar com isso: precisamos aprender a arcar com as consequências do que escolhemos - e precisamos aprender a escolher o que é melhor para nós.
Apesar das modelos bonitas de manequim 36, dos cabelos sedosos que voam aos ventos e não ficam com frizz; apesar dos narizes retos, das orelhas proporcionais, dos olhos retos, das bocas simétricas: existe mais por trás. Porque vemos fotos, não vemos fatos. Não vemos quem são, por onde andam, o que passaram para chegar aos 56kg com 1,80m de altura. Céus!, isso para mim é um pesadelo: aposto que não poderia perder a linha e comprar três pacotes de bolacha recheada porque deu vontade. E dá vontade. E eu compro! E como!
E a decisão de comer bolacha e engordar foi minha e quem terá de malhar pra perder depois serei eu - e só se eu quiser, porque my body, my choices, baby!!
Quando foi que a gente começou a aceitar dedo dos outros na nossa vida? Em certos casos, a mão inteira. Céus!, somos bombardeados com tantas regras, padrões, doutrinas, mantras e "sims" e "nãos" e até onde a gente aguenta?
Conversando com as minhas colegas de sala, noto como precisamos ensinar às pessoas decidirem suas vidas sozinhas. Não porque temos que viver sozinhos, mas porque temos que entender que quem arca com as consequências das nossas escolhas somos nós. Responsabilidade inevitável e intransferível.
O que não significa, também, que, necessariamente, devemos anular o papel dos amigos e familiares ao tentarem nos ajudar. Veja bem: precisamos saber agir sozinhos, porque, hora ou outra, você precisará tomar decisões sem apoio ou ajuda, mas é excelente contar com pessoas que estejam com você e se disponham a compartilhar a vida e ter a vida compartilhada, também.
Viver sozinho é um saco. Mas precisamos saber diferenciar o que é um saco do que é necessário. Amizades e familiares são pessoas, pessoas são imprecisas, mas necessárias. Ser humano foi feito pra amar, gente. Pro amor. Pra vida boa, pro sorriso.
Esse papo de que gente precisa trampar de segunda a segunda pra se sentir digno é mentira. Gente precisa de abraço, sorriso, música, amigos, companhia e, ocasionalmente, de algumas decepções e tristezas. Faz parte.
Só que temos que saber lidar com isso: precisamos aprender a arcar com as consequências do que escolhemos - e precisamos aprender a escolher o que é melhor para nós.
Apesar das modelos bonitas de manequim 36, dos cabelos sedosos que voam aos ventos e não ficam com frizz; apesar dos narizes retos, das orelhas proporcionais, dos olhos retos, das bocas simétricas: existe mais por trás. Porque vemos fotos, não vemos fatos. Não vemos quem são, por onde andam, o que passaram para chegar aos 56kg com 1,80m de altura. Céus!, isso para mim é um pesadelo: aposto que não poderia perder a linha e comprar três pacotes de bolacha recheada porque deu vontade. E dá vontade. E eu compro! E como!
E a decisão de comer bolacha e engordar foi minha e quem terá de malhar pra perder depois serei eu - e só se eu quiser, porque my body, my choices, baby!!
Da lindinha da Ivana! ♥ |
Oi.
Desculpa te ligar agora, mas é que vi uma ligação perdida sua aqui.
Eu sei que você deve estar dormindo - eu também deveria.
E também sei que você me ligou pra retornar um pedido meu - eu sei.
Mas queria uma desculpa pra te ligar, porque eu preciso contar pra alguém.
Que eu não aguento mais.
E que depois de todo esse tempo, eu tenho pensado em desistir.
Soa tão horrível e feio, desencorajado e cheio de medo; mas é assim que tenho estado.
Mas você entende, não entende? Quero dizer,
Por favor.
Diz que entende.
E que, se não entende, vai tentar.
Porque se você não entender, eu não sei mais quem pode...
E eu não aguento mais tentar.
Também sei que isso é feio de dizer.
Eu sei de tudo.
Sei que é covarde.
Eu sei. Eu sei. Eu sei.
Mas por favor.
Você precisa saber que eu não aguento mais.
Desculpa te ligar agora, mas é que vi uma ligação perdida sua aqui.
Eu sei que você deve estar dormindo - eu também deveria.
E também sei que você me ligou pra retornar um pedido meu - eu sei.
Mas queria uma desculpa pra te ligar, porque eu preciso contar pra alguém.
Que eu não aguento mais.
E que depois de todo esse tempo, eu tenho pensado em desistir.
Soa tão horrível e feio, desencorajado e cheio de medo; mas é assim que tenho estado.
Mas você entende, não entende? Quero dizer,
Por favor.
Diz que entende.
E que, se não entende, vai tentar.
Porque se você não entender, eu não sei mais quem pode...
E eu não aguento mais tentar.
Também sei que isso é feio de dizer.
Eu sei de tudo.
Sei que é covarde.
Eu sei. Eu sei. Eu sei.
Mas por favor.
Você precisa saber que eu não aguento mais.
é muito louco que já faça um ano desde que Rubem Alves morreu. gente louca dos livros, como eu, sente um apego quase pessoal pelos autores das palavras que os inspiram.
quando noticiaram a morte do Rubem, me lembrei com muita clareza da primeira vez que o li. era uma descrição de quem ele era, feita por uma menina: a criança de no máximo dez anos havia explicado com muita convicção que "Rubem Alves é um homem que gosta de ipês amarelos".
li crônicas, poemas, contos e pensamentos sobre fé, amor, inspiração, criação, infância. o cotidiano era a forma bruta das palavras que ele lapidava com tanta atenção e cuidado. "um único momento de beleza e amor justifica a vida inteira" é o último verso do poema 'concerto para corpo e alma' e foi daí que, durante anos, tirei força pra recomeçar, arriscar, tentar. a busca desses pequenos e únicos momentos.
a morte deste autor (assim como a morte de tantos outros compositores de palavras que tanto me inspiram) merece lembrança, porque faz lembrar que se trata da morte de um homem que gosta de ipês amarelos.
e que somos nós, se não o que amamos?
quando noticiaram a morte do Rubem, me lembrei com muita clareza da primeira vez que o li. era uma descrição de quem ele era, feita por uma menina: a criança de no máximo dez anos havia explicado com muita convicção que "Rubem Alves é um homem que gosta de ipês amarelos".
li crônicas, poemas, contos e pensamentos sobre fé, amor, inspiração, criação, infância. o cotidiano era a forma bruta das palavras que ele lapidava com tanta atenção e cuidado. "um único momento de beleza e amor justifica a vida inteira" é o último verso do poema 'concerto para corpo e alma' e foi daí que, durante anos, tirei força pra recomeçar, arriscar, tentar. a busca desses pequenos e únicos momentos.
a morte deste autor (assim como a morte de tantos outros compositores de palavras que tanto me inspiram) merece lembrança, porque faz lembrar que se trata da morte de um homem que gosta de ipês amarelos.
e que somos nós, se não o que amamos?
eu queria ser da balada, da noite, da vodka quase pura pingada de doce e gelo, do som alto com batidas contínuas e do andar tropeçado da madrugada gelada. queria ser dos que dormem sem meia no pé e planejam viagens homéricas para todo final de ano, mas não teve jeito: nasci pro chão batido de barro ao som de voz e violão.
nasci pra boteco com mesa de plástico (quando muito, madeira) e cerveja gelada no tempo que for. nasci pro samba raíz, sendo ensinada que quem não gosta de samba bom sujeito não é: ou é ruim da cabeça ou é doente do pé. nasci boa de cabeça e boa de pé, mesmo que, pra dançar, só saiba usar os ombros.
nasci pra viagem de carro no meio do dia, pra ir até o mar e agradecer. vim pra andar até onde dá ouvindo que a vida tem sempre razão, pra lembrar que a melhor qualidade que alguém pode ter é a gratidão. me olho no espelho e sei que tô aqui pra mais do que constar: não sirvo pra ser gesso de parede. nasci pra ser alicerce, concreto, arquiteta e construtora da vida que escolhi ter.
escolhi.
queria ser quem consegue viver esperando que a vida aconteça a qualquer custo, com a plena fé de que o acaso vai proteger quando andar distraído. pudera eu ser quem coloca um casaco pela manhã e, das oito às seis, aperta botão, cumpre tarefa, responde e-mails e, ao final do dia, volta pra casa com sensação de trabalho realizado, porque no fim do mês o salário vem.
o salário vem, mas a vida continua e que vida é essa que você precisa acordar cedo e colocar um casaco pela manhã pra apertar botões das oito às seis?
a vida que escolhi pra mim vai além, porque a pele é muita pra só servir pra sentir frio e ser coberta com casaco. a pele envolve todo o corpo e o corpo precisa sentir.
queria ser quem sente só frio, mas nasci pra sentir tudo. nasci pra sentir na pele frio, calor, arrepio, calafrio, abraço, toque do outro, meu próprio toque. nasci com uma pele que não aceita ser a mesma e, de quando em quando, descama e troca e envelhece e se rejuvenesce sozinha com o uso contínuo da vida como verbo de ação.
não nasci pra batida eletrônica alta nem pra virar madrugada trançando as pernas, porque na madrugada que tentei acabei parada na porta do metrô com um livro do caio fernando abreu que dizia que alguém vinha e o puxava e ao invés de tirá-lo do fundo do poço o afundava ainda mais e quem o puxava era aquele ser icônico e, agora sim, homérico que, assim como esse texto, minhas constantes, minhas verdades e a minha vida, não acabava nem assim nem agora e nem aqui
nasci pra boteco com mesa de plástico (quando muito, madeira) e cerveja gelada no tempo que for. nasci pro samba raíz, sendo ensinada que quem não gosta de samba bom sujeito não é: ou é ruim da cabeça ou é doente do pé. nasci boa de cabeça e boa de pé, mesmo que, pra dançar, só saiba usar os ombros.
nasci pra viagem de carro no meio do dia, pra ir até o mar e agradecer. vim pra andar até onde dá ouvindo que a vida tem sempre razão, pra lembrar que a melhor qualidade que alguém pode ter é a gratidão. me olho no espelho e sei que tô aqui pra mais do que constar: não sirvo pra ser gesso de parede. nasci pra ser alicerce, concreto, arquiteta e construtora da vida que escolhi ter.
escolhi.
queria ser quem consegue viver esperando que a vida aconteça a qualquer custo, com a plena fé de que o acaso vai proteger quando andar distraído. pudera eu ser quem coloca um casaco pela manhã e, das oito às seis, aperta botão, cumpre tarefa, responde e-mails e, ao final do dia, volta pra casa com sensação de trabalho realizado, porque no fim do mês o salário vem.
o salário vem, mas a vida continua e que vida é essa que você precisa acordar cedo e colocar um casaco pela manhã pra apertar botões das oito às seis?
a vida que escolhi pra mim vai além, porque a pele é muita pra só servir pra sentir frio e ser coberta com casaco. a pele envolve todo o corpo e o corpo precisa sentir.
queria ser quem sente só frio, mas nasci pra sentir tudo. nasci pra sentir na pele frio, calor, arrepio, calafrio, abraço, toque do outro, meu próprio toque. nasci com uma pele que não aceita ser a mesma e, de quando em quando, descama e troca e envelhece e se rejuvenesce sozinha com o uso contínuo da vida como verbo de ação.
não nasci pra batida eletrônica alta nem pra virar madrugada trançando as pernas, porque na madrugada que tentei acabei parada na porta do metrô com um livro do caio fernando abreu que dizia que alguém vinha e o puxava e ao invés de tirá-lo do fundo do poço o afundava ainda mais e quem o puxava era aquele ser icônico e, agora sim, homérico que, assim como esse texto, minhas constantes, minhas verdades e a minha vida, não acabava nem assim nem agora e nem aqui
minha mãe sempre diz,
com tom de penitência,
que a vida ensina.
e de tanto tentar me ensinar, aprendi a levar
a vida em sina
ô ano louco. louco.
louco.
louquinho.
louco.
louquinho.
as pessoas no facebook não param de falar de morte, as pessoas no facebook não param de falar de como os gays estão errados porque amam, as pessoas no facebook não param de repetir como o aborto não pode acontecer porque são todos a favor da vida, as pessoas no facebook não param de enfiar menores de idade na cadeia, as pessoas no facebook não param de enfiar goela abaixo suas religiões, as pessoas no facebook não param de mentir sobre suas dores, as pessoas no facebook não são tridimensionais porque são compostas de foto e filtro, as pessoas no facebook não conseguem respirar fundo pela manhã, as pessoas no facebook não tem cravo no nariz, pêlo no braço, unha encravada, estrabismo, mal gosto musical.
as pessoas no facebook não sabem que todo mês de junho pra mim é um parto, as pessoas no facebook não têm ideia que por trás de cada poema tem uma noite de insônia, as pessoas no facebook não imaginam que cada música é um pedido de socorro.
as pessoas no facebook são todas paredes desconhecidas com quem eu não consigo parar de compartilhar minha vida.
as pessoas no facebook não sabem que todo mês de junho pra mim é um parto, as pessoas no facebook não têm ideia que por trás de cada poema tem uma noite de insônia, as pessoas no facebook não imaginam que cada música é um pedido de socorro.
as pessoas no facebook são todas paredes desconhecidas com quem eu não consigo parar de compartilhar minha vida.
é estranho pensar nisso. já faz quatro anos desde a última vez que a gente se falou.
eu sinto sua falta.
essa frase é tão batida, a gente nem vê como pesa: eu sinto sua falta. você faz falta e eu consigo senti-la. conseguiria pega-la, se tentasse.
eu sinto falta do cheiro do seu cabelo. eu sinto falta de enfiar a cabeça no seu peito e te abraçar. sinto falta da segurança de ter esse abrigo.
é egoísta.
é egoísta sentir sua falta quando você mesmo não conseguia mais ficar por perto. egoísta querer te ter de volta só pra gente poder conversar sobre as coisas novas que estão rolando por aqui.
a finitude da vida - da sua vida - me assusta todos os dias.
eu sinto sua falta.
queria poder te trazer de volta pra te contar que acabei amando a universidade que entrei, que o fim do ensino médio foi aterrorizante, que eu desencanei daquele cara babaca, que conheci outros caras bacanas e/ou babacas de quem também desencanei. queria que você estivesse aqui pra gente dividir outras cervejas, pra gente se abraçar e pra você me deixar com cheiro do seu fumo fedido. queria te ter por perto de novo, te apresentar pra galera pra todo mundo entender porque eu sinto tanto a sua falta, te levar pra conhecer a são paulo que eu conheci quando saí pra andar e tentar te esquecer.
queria te ver vivo pra te dizer que eu tive um período em que cogitei me casar, se fosse com você. queria te ver sorrir de novo, gargalhar do meu jeito pato de viver, da minha falta de coragem; queria te ver engolindo o riso pra cada desculpa esfarrapada que eu inventava pra estar com você. queria que você estivesse aqui pra saber que eu nunca contei de você pra ninguém, porque no fundo nunca quis explicar o que que era isso tudo.
eu nunca te disse isso, mas hoje que estou sentindo a sua falta vou contar pras paredes que eu acabei guardando os tapas que quis te dar, os abraços que tive receio de entregar, os segredos que não contei porque tive medo.
meu travesseiro sabe seu nome e telefone, meus cobertores sabem em lágrimas o quanto sinto sua falta e meus amigos sabem de cor como não sei esquecer você.
aprendi a caminhar sozinha. me virar sem você foi aprender na marra a viver de novo.
aprendi.
mas eu ainda sinto sua falta. junho tá chegando. julho, agosto, setembro. segundo semestre de cada ano é uma tortura. cada dia é uma lembrança.
e eu não sei te esquecer.
eu sinto sua falta.
essa frase é tão batida, a gente nem vê como pesa: eu sinto sua falta. você faz falta e eu consigo senti-la. conseguiria pega-la, se tentasse.
eu sinto falta do cheiro do seu cabelo. eu sinto falta de enfiar a cabeça no seu peito e te abraçar. sinto falta da segurança de ter esse abrigo.
é egoísta.
é egoísta sentir sua falta quando você mesmo não conseguia mais ficar por perto. egoísta querer te ter de volta só pra gente poder conversar sobre as coisas novas que estão rolando por aqui.
a finitude da vida - da sua vida - me assusta todos os dias.
eu sinto sua falta.
queria poder te trazer de volta pra te contar que acabei amando a universidade que entrei, que o fim do ensino médio foi aterrorizante, que eu desencanei daquele cara babaca, que conheci outros caras bacanas e/ou babacas de quem também desencanei. queria que você estivesse aqui pra gente dividir outras cervejas, pra gente se abraçar e pra você me deixar com cheiro do seu fumo fedido. queria te ter por perto de novo, te apresentar pra galera pra todo mundo entender porque eu sinto tanto a sua falta, te levar pra conhecer a são paulo que eu conheci quando saí pra andar e tentar te esquecer.
queria te ver vivo pra te dizer que eu tive um período em que cogitei me casar, se fosse com você. queria te ver sorrir de novo, gargalhar do meu jeito pato de viver, da minha falta de coragem; queria te ver engolindo o riso pra cada desculpa esfarrapada que eu inventava pra estar com você. queria que você estivesse aqui pra saber que eu nunca contei de você pra ninguém, porque no fundo nunca quis explicar o que que era isso tudo.
eu nunca te disse isso, mas hoje que estou sentindo a sua falta vou contar pras paredes que eu acabei guardando os tapas que quis te dar, os abraços que tive receio de entregar, os segredos que não contei porque tive medo.
meu travesseiro sabe seu nome e telefone, meus cobertores sabem em lágrimas o quanto sinto sua falta e meus amigos sabem de cor como não sei esquecer você.
aprendi a caminhar sozinha. me virar sem você foi aprender na marra a viver de novo.
aprendi.
mas eu ainda sinto sua falta. junho tá chegando. julho, agosto, setembro. segundo semestre de cada ano é uma tortura. cada dia é uma lembrança.
e eu não sei te esquecer.
Não é você, sou eu. Somos eu e você: não rola mais. A gente não se bica mais, não pára de brigar. Ah, perdeu a graça, né. Não sei, não quero mais. Eu sei: não me encanto mais. As borboletas fugiram, sabe? Seu beijo mudou de gosto. A gente já não se olha mais do mesmo jeito.
Ouvi, ouvi isso tudo. E mais! Ouvi que eu tinha mudado, que meus planos tinham mudado, que eu andava ambiciosa demais (isso é ruim????). Já ouvi que virei irmã: você arrepia até os pêlos da nuca da sua irmã?
E por tanto ouvir besteiras, aprendi a falar verdades. É covardia, mas serve pra manter a consciência limpa: fiz o que pude, fui verdadeira. Se deu bosta, não me culpe.
Dessas frases babacas e vazias, guardei o sentimento do olhar de todos. Guardei tatuado no peito o peso do "não tá mais dando certo" que tranca na garganta o "eu não quero parar de tentar".
Ouvi, ouvi isso tudo. E mais! Ouvi que eu tinha mudado, que meus planos tinham mudado, que eu andava ambiciosa demais (isso é ruim????). Já ouvi que virei irmã: você arrepia até os pêlos da nuca da sua irmã?
E por tanto ouvir besteiras, aprendi a falar verdades. É covardia, mas serve pra manter a consciência limpa: fiz o que pude, fui verdadeira. Se deu bosta, não me culpe.
Dessas frases babacas e vazias, guardei o sentimento do olhar de todos. Guardei tatuado no peito o peso do "não tá mais dando certo" que tranca na garganta o "eu não quero parar de tentar".
you can keep the necklace that I gave to you, I'll keep the shitty tattoos
Então, pra não falar frases babacas, eu falo as reais: penso em você. Quero teu beijo. Gosto do teu gosto. Lembro do teu toque. Penso em você, às vezes.
E isso não quer dizer que eu esteja me envolvendo - ai, meu deus, que chatice precisar repetir isso o tempo todo, e se eu tivesse, jesus, qual seria o grande problema, pessoas sentem, porra!!!!! -, só quer dizer que é bom. Essa coisa que não tem nome que a gente faz: é boa.
Lide com isso.
E isso não quer dizer que eu esteja me envolvendo - ai, meu deus, que chatice precisar repetir isso o tempo todo, e se eu tivesse, jesus, qual seria o grande problema, pessoas sentem, porra!!!!! -, só quer dizer que é bom. Essa coisa que não tem nome que a gente faz: é boa.
Lide com isso.
vamos pegar estrada, mudar pro rio, perto da praia, esquecer da poluição. acordar de cara pro mar, ouvir a onda bater, ver gente bronzeada e feliz.
vamos esquecer dos anos tentando passar no vestibular, da frustração da faculdade privada uniesquina, da tristeza das dps de todos os semestres. vamos morar no rio, pra deixar os livros pros amigos leitores vorazes e levar os leitores digitais, que não estragam com a umidade.
vamos pro rio, onde o sol bate mais forte e a água é mais gelada. onde cerveja vende mais do que limonada, onde tem pagode em cada esquina e o bar é à beira-mar.
vamos mudar pra barra, fugir pro leblon e visitar niterói uma vez ao mês.
vamos começar a correr, a usar filtro solar, usar clareador nos dentes. faço até mechas loiras no cabelo. mas só se nos mudarmos.
vamos mudar. me disseram que o rio de janeiro continua lindo.
[jan/13]
vamos esquecer dos anos tentando passar no vestibular, da frustração da faculdade privada uniesquina, da tristeza das dps de todos os semestres. vamos morar no rio, pra deixar os livros pros amigos leitores vorazes e levar os leitores digitais, que não estragam com a umidade.
vamos pro rio, onde o sol bate mais forte e a água é mais gelada. onde cerveja vende mais do que limonada, onde tem pagode em cada esquina e o bar é à beira-mar.
vamos mudar pra barra, fugir pro leblon e visitar niterói uma vez ao mês.
vamos começar a correr, a usar filtro solar, usar clareador nos dentes. faço até mechas loiras no cabelo. mas só se nos mudarmos.
vamos mudar. me disseram que o rio de janeiro continua lindo.
[jan/13]
A vida precisa continuar. Isso foi o que aprendi entre 2012 e 2013. Dói, dói sim, mas a gente precisa levantar da cama, escovar os dentes, cortar as unhas, estudar, ganhar dinheiro, escrever um livro, pintar uma parede, pentear o cabelo. Parece que o mundo vai acabar e mesmo assim o cartão de crédito continua cobrando a décima segunda (e última, finalmente!) parcela daquela compra imbecil que você fez um ano atrás jurando que nem ia perceber se fizesse em doze.
O tempo nos esmaga contra a parede e torna cada minuto um desafio pavoroso. As situações e circunstâncias da vida são muito loucas. Você nunca imaginaria que ficaria na mão, que ficaria sozinho; que teria ajuda de quem teve, que precisaria pedir ajuda.
A vida precisa continuar todos os dias e essa é a escolha que fazemos ao levantar da cama, escovar os dentes, cortar as unhas e todo o resto. Viver é uma escolha. E dói.
Dói, porque lidamos diariamente com pessoas que têm suas próprias vidas, medos, responsabilidades, inseguranças e sentimentos tão particulares quanto os nossos. E se conhecer o suficiente pra se dividir ao meio, sabendo dosar a energia que te sobrou dessa dança muito louca entre se manter em pé e servir de apoio, é uma tarefa árdua.
Dói, porque vivemos num cotidiano que engole os nossos sonhos mais profundos e não dá o tempo pra se recuperar. A vida é um filme francês editado na escola russa: cheia de emoções reais, verdadeiras, palpáveis; é longa, mas passa rápido e, sobretudo, feita pra você notar os baques e não ter tempo de absorvê-los(me desculpe, tenho aulas de edição de vídeo, preciso exercitar os termos).
Dói, dói muito, porque quando você escolhe encarar a vida com bom humor precisa passar batido e ignorar muita coisa. Porque quando você não aceita a máxima das recorrentes semanas ruins, precisa passar batido por si mesmo e se convencer maior do que seus medos, seus pesares, suas dores.
O tempo nos esmaga contra a parede e torna cada minuto um desafio pavoroso. As situações e circunstâncias da vida são muito loucas. Você nunca imaginaria que ficaria na mão, que ficaria sozinho; que teria ajuda de quem teve, que precisaria pedir ajuda.
A vida precisa continuar todos os dias e essa é a escolha que fazemos ao levantar da cama, escovar os dentes, cortar as unhas e todo o resto. Viver é uma escolha. E dói.
Dói, porque lidamos diariamente com pessoas que têm suas próprias vidas, medos, responsabilidades, inseguranças e sentimentos tão particulares quanto os nossos. E se conhecer o suficiente pra se dividir ao meio, sabendo dosar a energia que te sobrou dessa dança muito louca entre se manter em pé e servir de apoio, é uma tarefa árdua.
Dói, porque vivemos num cotidiano que engole os nossos sonhos mais profundos e não dá o tempo pra se recuperar. A vida é um filme francês editado na escola russa: cheia de emoções reais, verdadeiras, palpáveis; é longa, mas passa rápido e, sobretudo, feita pra você notar os baques e não ter tempo de absorvê-los
do Sérgio Vaz ;-) |
Dói, dói muito, porque quando você escolhe encarar a vida com bom humor precisa passar batido e ignorar muita coisa. Porque quando você não aceita a máxima das recorrentes semanas ruins, precisa passar batido por si mesmo e se convencer maior do que seus medos, seus pesares, suas dores.
Viver dói e transformar essa dor em poesia é o meu desafio de todos os dias. A minha vida continua por entre letras. Deus escreve certo por linhas tortas e, eu, a vida em versos.
Caio ensina: "Continuo a pensar que, quando tudo parece sem saída, sempre se pode cantar. Por essa razão escrevo."
se olhar pelo ângulo certo, por uns segundos, você consegue pensar que eu não tô uns quinze quilos acima do que a barriga negativa manda. se fizer vista grossa pras manchas do roacutan, acredita que minha pele é lisa, normal e tem um tom uniforme. se estiver meio alcoolizado e disposto às piadas, aceita que eu até que tenho um quadril ok. se prestar bem atenção no que te digo, aceita que sou bem bonitinha. e é isso.
quando eu rio, meu nariz franze de um jeito bizarro e eu simplesmente não consigo evitar - nem tento! - ficar parecendo os vilões que dão risadas maquiavélicas em filme. eu rio alto pra caralho. não consigo evitar o contato visual direto com as pessoas. não consigo evitar de olhá-las nos olhos. e geralmente fico vesguíssima.
meu cabelo é esquisito: já alisei, já cortei chanel, já usei joãozinho, já deixei cacheado e curto, cacheado médio e agora tá um cacheado loucão. cada dia acorda de um jeito. boa parte das pessoas me olha com cara de: miga, passa uma chapinha aí.
cago pra elas, mas olham.
e tem dias que a gente não tá preparado pro olhar.
valorizo os outros pelo o quê são e eu queria que também me julgassem por isso: pelo que penso, pelo que gosto, pelo que ouço, pelo que faço, pelo que opto, pela minha forma de agir. mas nem sempre. a gente não tem como saber isso logo de cara. logo de cara a gente vê olho, boca, nariz, braço, perna, peito, bunda.
e quando você está fora dos padrões, isso tudo vem com uma etiqueta estampada: erro de fabricação.
na maior parte dos dias, não me importo. até porque tô fora dos padrões pra muita coisa. não sei o que é passar uma maquiagem pesada faz séculos (virei o ano novo de cara lavada), meu limite de vaidade diária é o batom vermelho quando dá vontade. detesto pentear o cabelo (qualquer um com cachos tem ciência da inutilidade), detesto usar salto, detesto usar coisa que me aperta e restringe: dizem que é porque sou de sagitário.
tô acostumada a sentar no chão, beber na garrafa e comer qualquer coisa. menos beterraba. odeio beterraba.
e quando você odeia beterraba, senta no chão e não bebe no copo de vidro, sendo meio não-magra, meio sem maquiagem, meio estranha, meio um monte de coisa, as pessoas te olham estranho.
e tem dias que a gente não tá preparado pro olhar.
apesar de serem raros, esses dias enchem a porra do saco. e geram uma vontade louca de entrar numa bolha.
e ficar.
(mas hoje, tô me sentindo gata. de cara lavada e roupa de verão no outono. e foda-se!)
quando eu rio, meu nariz franze de um jeito bizarro e eu simplesmente não consigo evitar - nem tento! - ficar parecendo os vilões que dão risadas maquiavélicas em filme. eu rio alto pra caralho. não consigo evitar o contato visual direto com as pessoas. não consigo evitar de olhá-las nos olhos. e geralmente fico vesguíssima.
meu cabelo é esquisito: já alisei, já cortei chanel, já usei joãozinho, já deixei cacheado e curto, cacheado médio e agora tá um cacheado loucão. cada dia acorda de um jeito. boa parte das pessoas me olha com cara de: miga, passa uma chapinha aí.
cago pra elas, mas olham.
e tem dias que a gente não tá preparado pro olhar.
valorizo os outros pelo o quê são e eu queria que também me julgassem por isso: pelo que penso, pelo que gosto, pelo que ouço, pelo que faço, pelo que opto, pela minha forma de agir. mas nem sempre. a gente não tem como saber isso logo de cara. logo de cara a gente vê olho, boca, nariz, braço, perna, peito, bunda.
e quando você está fora dos padrões, isso tudo vem com uma etiqueta estampada: erro de fabricação.
na maior parte dos dias, não me importo. até porque tô fora dos padrões pra muita coisa. não sei o que é passar uma maquiagem pesada faz séculos (virei o ano novo de cara lavada), meu limite de vaidade diária é o batom vermelho quando dá vontade. detesto pentear o cabelo (qualquer um com cachos tem ciência da inutilidade), detesto usar salto, detesto usar coisa que me aperta e restringe: dizem que é porque sou de sagitário.
tô acostumada a sentar no chão, beber na garrafa e comer qualquer coisa. menos beterraba. odeio beterraba.
e quando você odeia beterraba, senta no chão e não bebe no copo de vidro, sendo meio não-magra, meio sem maquiagem, meio estranha, meio um monte de coisa, as pessoas te olham estranho.
e tem dias que a gente não tá preparado pro olhar.
apesar de serem raros, esses dias enchem a porra do saco. e geram uma vontade louca de entrar numa bolha.
e ficar.
(mas hoje, tô me sentindo gata. de cara lavada e roupa de verão no outono. e foda-se!)
lá fora
há um amor que entra de férias.
Há um embaçamento
de minhas agulhas nítidas
diante dessa boa bisca de mulher.
Há um placar visível em altas horas,
pela persiana deste hotel, fatal,
que diz: fiado,
só depois de amanhã e olhe lá,
onde a minha lâmina cortante,
sofrendo de
súbita cegueira noturna,
pendura a conta
e não corta mais,
suspendendo seu pêndulo
De Nietzsche
ou Poe
por um nada que pisca
e tira folga e sai afiado
para a rua como um ato falho
deixando as chaves soltas
em cima do balcão.
[ana cristina cesar]
há um amor que entra de férias.
Há um embaçamento
de minhas agulhas nítidas
diante dessa boa bisca de mulher.
Há um placar visível em altas horas,
pela persiana deste hotel, fatal,
que diz: fiado,
só depois de amanhã e olhe lá,
onde a minha lâmina cortante,
sofrendo de
súbita cegueira noturna,
pendura a conta
e não corta mais,
suspendendo seu pêndulo
De Nietzsche
ou Poe
por um nada que pisca
e tira folga e sai afiado
para a rua como um ato falho
deixando as chaves soltas
em cima do balcão.
[ana cristina cesar]
Eu acredito que as coisas funcionem, porque fazemos as coisas funcionarem. Não acredito em destino. Não acredito em pré-destinação (pior). Acredito, no máximo, no poder do acaso. E só.
Na vida, precisamos fazer. Agir. Vida é verbo de ação e se você se mantiver na retaguarda pra não se machucar, nada acontece. Você não vai beijar aquele cara se não contar pra ele que quer beijá-lo. Você não vai conseguir aquele emprego se não for até lá falar: "cara, eu posso fazer isso muito bem". Se você não dançar, a vontade não vai passar. Se você não disser que está com saudades, ninguém vai descobrir. Você precisa avisar as pessoas que está chateada com elas pra que elas saibam.
Ninguém tem a menor obrigação de ler os seus sinais. De uma forma geral, as pessoas não sabem fazer isso. Já me envolvi e conheci pessoas que gostavam de sinais. Aprendi a ler sinais.
Mas isso sou eu.
E porque eu precisei aprender a ler sinais, evito emiti-los. Aprendi a dizer: "quero ficar com você". Aprendi a demonstrar. Aprendi a não passar vontade (quando é possível, claro. Morro de vontade de Viena, por exemplo). Aprendi a criar possibilidades, ao invés de unicamente esperar por oportunidades. Aprendi a aproveitar oportunidades. Aprendi a puxar pelo braço, falar, contar, admitir, pedir desculpas.
As coisas funcionam melhor quando você faz com que elas aconteçam. A vida acontece melhor quando você levanta da cadeira e começa um novo projeto. Mesmo que dê errado. Mesmo que você desista no meio. Mesmo que não dê.
Funciona melhor se você tenta. Funciona melhor se você se permite o frio na barriga da dúvida, às vezes.
Gi, isso dá errado. Gi, dói. Gi, machuca. Gi, não dá. Gi, eu tenho medo.
Medo? Eu também tenho. Morro de medo de rirem quando digo "com certeza!" ao invés de um polido "não", mas falo. Falo, porque sei que o "não" polido não é verdadeiro e a vida exige verdade.
A vida exige que você pule de cabeça em poças d'água, de vez em quando, pra aprender a nadar de braçada numa piscina olímpica. Se não houver atitude sua, o que tá ao seu redor fica estático. Você não vive.
Todos os dias, quando acordo, repito o mantra: não fique na retaguarda. Seja você mesma.
Ser eu mesma é uma coisa muito louca. Eu falo alto demais, me meto na vida dos outros tentando ajudar quem não me pede ajuda. Odeio ver gente sofrendo, odeio ver bicho sofrendo, odeio ver sofrimento. Gosto de abraçar as pessoas, gosto de olhar nos olhos das pessoas. Sou verdadeira. Eu digo o que pensam e não dizem. Eu digo o que eu penso e tenho medo. Eu digo.
Ser eu mesma, às vezes, é sinônimo de estar sozinha. Ser eu mesma, às vezes, cansa. Ser eu mesma, significa arriscar. Dar um passo maior que a perna, às vezes. Colocar o pé de olhos fechados e torcer pra que tenha chão.
Aprendi depois de muitos tombos que todo sentimento é válido. Que toda dor tem seu papel no amadurecimento. Que "às vezes, quero tudo o que sonhei e, às vezes, tudo o que eu quero é desistir". E que eu sinto muito blues.
Aprendi com o tempo que na minha lápide quero um "vivi tudo" ao invés de uma trilha sonora regada pela voz dos Titãs dizendo que flores de plástico não morrem. Quem não morre, não vive.
E, céus, como eu amo viver.
Na vida, precisamos fazer. Agir. Vida é verbo de ação e se você se mantiver na retaguarda pra não se machucar, nada acontece. Você não vai beijar aquele cara se não contar pra ele que quer beijá-lo. Você não vai conseguir aquele emprego se não for até lá falar: "cara, eu posso fazer isso muito bem". Se você não dançar, a vontade não vai passar. Se você não disser que está com saudades, ninguém vai descobrir. Você precisa avisar as pessoas que está chateada com elas pra que elas saibam.
Ninguém tem a menor obrigação de ler os seus sinais. De uma forma geral, as pessoas não sabem fazer isso. Já me envolvi e conheci pessoas que gostavam de sinais. Aprendi a ler sinais.
Mas isso sou eu.
E porque eu precisei aprender a ler sinais, evito emiti-los. Aprendi a dizer: "quero ficar com você". Aprendi a demonstrar. Aprendi a não passar vontade (quando é possível, claro. Morro de vontade de Viena, por exemplo). Aprendi a criar possibilidades, ao invés de unicamente esperar por oportunidades. Aprendi a aproveitar oportunidades. Aprendi a puxar pelo braço, falar, contar, admitir, pedir desculpas.
As coisas funcionam melhor quando você faz com que elas aconteçam. A vida acontece melhor quando você levanta da cadeira e começa um novo projeto. Mesmo que dê errado. Mesmo que você desista no meio. Mesmo que não dê.
Gi, isso dá errado. Gi, dói. Gi, machuca. Gi, não dá. Gi, eu tenho medo.
Medo? Eu também tenho. Morro de medo de rirem quando digo "com certeza!" ao invés de um polido "não", mas falo. Falo, porque sei que o "não" polido não é verdadeiro e a vida exige verdade.
A vida exige que você pule de cabeça em poças d'água, de vez em quando, pra aprender a nadar de braçada numa piscina olímpica. Se não houver atitude sua, o que tá ao seu redor fica estático. Você não vive.
Todos os dias, quando acordo, repito o mantra: não fique na retaguarda. Seja você mesma.
Ser eu mesma é uma coisa muito louca. Eu falo alto demais, me meto na vida dos outros tentando ajudar quem não me pede ajuda. Odeio ver gente sofrendo, odeio ver bicho sofrendo, odeio ver sofrimento. Gosto de abraçar as pessoas, gosto de olhar nos olhos das pessoas. Sou verdadeira. Eu digo o que pensam e não dizem. Eu digo o que eu penso e tenho medo. Eu digo.
Ser eu mesma, às vezes, é sinônimo de estar sozinha. Ser eu mesma, às vezes, cansa. Ser eu mesma, significa arriscar. Dar um passo maior que a perna, às vezes. Colocar o pé de olhos fechados e torcer pra que tenha chão.
Aprendi depois de muitos tombos que todo sentimento é válido. Que toda dor tem seu papel no amadurecimento. Que "às vezes, quero tudo o que sonhei e, às vezes, tudo o que eu quero é desistir". E que eu sinto muito blues.
Aprendi com o tempo que na minha lápide quero um "vivi tudo" ao invés de uma trilha sonora regada pela voz dos Titãs dizendo que flores de plástico não morrem. Quem não morre, não vive.
E, céus, como eu amo viver.
Eu sinto sua falta. Em 2011, assim que te perdi, eu já vinha sentindo sua falta há uma semana. Quando você ainda estava aqui, eu sentia sua falta. Porque você estava, mas estava tão ausente quanto agora: estava tão preso dentro de você, que sequer notou como estava longe.
Eu sinto sua falta. Sua ausência faz silêncio na minha alma e eu imploro pra que você saia daqui. Eu oro e peço pra que Deus me ensine a te esquecer. Eu imploro pra que eu saiba lidar com a sua ausência. Eu tento não sentir sua falta. Eu tento. E até consigo, às vezes.
Uma vez por semana, antes de dormir, eu quase consigo cochilar sem sentir um aperto no peito. Geralmente aos domingos, quando você passava o dia sozinho e eu já estava acostumada a não te ter por perto.
D'uma forma geral, você anda impregnado em mim. E eu sinto sua falta pra me abraçar nos momentos de tensão. Eu sinto falta do seu colo, onde eu deitava e encontrava abrigo. Sinto sua falta nos momentos que estou feliz e costumava comemorar com você. Sinto sua falta quando poderíamos estar conversando sobre o céu, a terra, o mar e as estrelas, mas na verdade estou sozinha na imensidão dessas tantas coisas.
Sinto sua falta, porque a culpa parece ser minha quando, por um segundo, te procuro e lembro que você não está.
And I never saw it coming...
Eu sinto sua falta. Sua ausência faz silêncio na minha alma e eu imploro pra que você saia daqui. Eu oro e peço pra que Deus me ensine a te esquecer. Eu imploro pra que eu saiba lidar com a sua ausência. Eu tento não sentir sua falta. Eu tento. E até consigo, às vezes.
Uma vez por semana, antes de dormir, eu quase consigo cochilar sem sentir um aperto no peito. Geralmente aos domingos, quando você passava o dia sozinho e eu já estava acostumada a não te ter por perto.
D'uma forma geral, você anda impregnado em mim. E eu sinto sua falta pra me abraçar nos momentos de tensão. Eu sinto falta do seu colo, onde eu deitava e encontrava abrigo. Sinto sua falta nos momentos que estou feliz e costumava comemorar com você. Sinto sua falta quando poderíamos estar conversando sobre o céu, a terra, o mar e as estrelas, mas na verdade estou sozinha na imensidão dessas tantas coisas.
Sinto sua falta, porque a culpa parece ser minha quando, por um segundo, te procuro e lembro que você não está.
And I never saw it coming...
Jesse: You know, I think that book that I wrote, in a way, was like building
something. So that I wouldn't forget the... details of the time that we
spent together. You know, like just a reminder that... that once we
really did meet! You know, that this was real! That this happened!
Celine: I'm happy you're saying that, because... I mean, I always feel like a freak, because I'm never able to move on like... this! You know. People just have an affair, or even entire relationships... they break up and they forget! They move on like they would have changed brand of cereals! I feel I was never able to forget anyone I've been with. Because each person have... their own, specific qualities. You can never replace anyone. What is lost is lost. Each relationship, when it ends, really damages me. I never fully recover. That's why I'm very careful with getting involved, because... It hurts too much! Even getting laid! I actually don't do that... I will miss on the other person the most mundane things. Like I'm obsessed with little things. Maybe I'm crazy, but... when I was a little girl, my mom told me that I was always late to school. One day she followed me to see why. I was looking at chestnuts falling from the trees, rolling on the sidewalk, or... ants crossing the road, the way a leaf casts a shadow on a tree trunk... Little things. I think it's the same with people. I see in them little details, so specific to each of them, that move me, and that I miss, and... will always miss. You can never replace anyone, because everyone is made of such beautiful specific details. Like I remember the way, your beard has a bit of red in it. And how the sun was making it glow, that... that morning, right before you left. I remember that, and... I missed it! I'm really crazy, right?
Celine: I'm happy you're saying that, because... I mean, I always feel like a freak, because I'm never able to move on like... this! You know. People just have an affair, or even entire relationships... they break up and they forget! They move on like they would have changed brand of cereals! I feel I was never able to forget anyone I've been with. Because each person have... their own, specific qualities. You can never replace anyone. What is lost is lost. Each relationship, when it ends, really damages me. I never fully recover. That's why I'm very careful with getting involved, because... It hurts too much! Even getting laid! I actually don't do that... I will miss on the other person the most mundane things. Like I'm obsessed with little things. Maybe I'm crazy, but... when I was a little girl, my mom told me that I was always late to school. One day she followed me to see why. I was looking at chestnuts falling from the trees, rolling on the sidewalk, or... ants crossing the road, the way a leaf casts a shadow on a tree trunk... Little things. I think it's the same with people. I see in them little details, so specific to each of them, that move me, and that I miss, and... will always miss. You can never replace anyone, because everyone is made of such beautiful specific details. Like I remember the way, your beard has a bit of red in it. And how the sun was making it glow, that... that morning, right before you left. I remember that, and... I missed it! I'm really crazy, right?
Permita-se.
Se eu pudesse voltar no tempo e falar alguma coisa pro meu eu de treze-catorze anos, seria isso: permita-se.
Porque a vida é curta e essa fase vai passar. A fase que você pode gargalhar alto (mas não gargalha, porque tem vergonha), sair correndo pra abraçar alguém (mas não sai, porque menina não pode ser atirada), achar graça de qualquer coisa (mas se controla pra não sair de assanhadinha) e, sobretudo, a fase que você pode tentar de tudo, passa tão rápido.
Eu sei que você, aí com seus treze-catorze, vai ler isso e achar mó babaquice. Você é muito cabeça-dura e sem noção. Não ouve ninguém. E suas colegas de sala vivem te dizendo: eu te avisei! Você não ouve!
Não ouve mesmo. Isso vai ser bom, um pouco mais pra frente, porque você vai transformar essa determinação-cabeça-dura em determinação-de-respeitar-os-instintos, mas, agora, nos treze-catorze, é bom manerar na teimosia.
Isso vai te fazer cair muito.
Você aí, com treze-catorze, não ligue pro que as meninas do último ano dizem. Você não é bobinha. Nem um pouco. Seu jeitinho come-quieto sempre foi muito atacado e eu sei que você se magoa, mas é ele quem te define agora; é ele quem te diz o que é bom pra você.
Ah! Você, moça dos treze, vai com calma. Vai com calma com você mesma, vai com calma com seus sentimentos, vai com calma na maquiagem preta nos olhos pra entrar em lugares +18 sem RG falso (porque não pedirem não é errado, mas entregar RG falso, é). Vai com calma em tentar agradar os outros, vai com calma no medo de ficar sozinha, vai com calma na baixa auto-estima.
Esquece que te falaram que você é feia. Esquece que disseram que sua amiga loirinha, branca, dos olhos claros e cabelo liso é linda, mas você...
Esquece que disseram que você nunca ia conseguir aquele cara - ele até te queria, mas você achou que era tiração de sarro com a sua cara, porque acreditou que não ia mesmo conseguir aquele cara.
Esquece que disseram que você não ia casar nunca, nem conseguir ninguém.
Esquece que disseram que você precisaria casar um dia, ter filhos, conseguir alguém.
Lembra dos seus limites, do que você faz que te faz chorar sozinha, no quarto rosa que tem um tom na parede que você odeia.
Tudo bem querer ser invisível, eu entendo, a visibilidade te vulnerabiliza, mas não seja invisível por achar que você é errada.
Você tá certa. Certíssima. Sempre esteve. Fazer o que quer é o que é certo.
Continua em frente e mete o pé mesmo. A vida não gosta de gente mole.
E ah, um detalhe: quando sua avó ceder e te deixar alisar os cabelos, CORRE! Vai ficar uma merda e você vai levar uns dez anos pra arrumar 100%.
Se eu pudesse voltar no tempo e falar alguma coisa pro meu eu de treze-catorze anos, seria isso: permita-se.
Porque a vida é curta e essa fase vai passar. A fase que você pode gargalhar alto (mas não gargalha, porque tem vergonha), sair correndo pra abraçar alguém (mas não sai, porque menina não pode ser atirada), achar graça de qualquer coisa (mas se controla pra não sair de assanhadinha) e, sobretudo, a fase que você pode tentar de tudo, passa tão rápido.
Eu sei que você, aí com seus treze-catorze, vai ler isso e achar mó babaquice. Você é muito cabeça-dura e sem noção. Não ouve ninguém. E suas colegas de sala vivem te dizendo: eu te avisei! Você não ouve!
Não ouve mesmo. Isso vai ser bom, um pouco mais pra frente, porque você vai transformar essa determinação-cabeça-dura em determinação-de-respeitar-os-instintos, mas, agora, nos treze-catorze, é bom manerar na teimosia.
Isso vai te fazer cair muito.
Você aí, com treze-catorze, não ligue pro que as meninas do último ano dizem. Você não é bobinha. Nem um pouco. Seu jeitinho come-quieto sempre foi muito atacado e eu sei que você se magoa, mas é ele quem te define agora; é ele quem te diz o que é bom pra você.
Ah! Você, moça dos treze, vai com calma. Vai com calma com você mesma, vai com calma com seus sentimentos, vai com calma na maquiagem preta nos olhos pra entrar em lugares +18 sem RG falso (porque não pedirem não é errado, mas entregar RG falso, é). Vai com calma em tentar agradar os outros, vai com calma no medo de ficar sozinha, vai com calma na baixa auto-estima.
Esquece que te falaram que você é feia. Esquece que disseram que sua amiga loirinha, branca, dos olhos claros e cabelo liso é linda, mas você...
Esquece que disseram que você nunca ia conseguir aquele cara - ele até te queria, mas você achou que era tiração de sarro com a sua cara, porque acreditou que não ia mesmo conseguir aquele cara.
Esquece que disseram que você não ia casar nunca, nem conseguir ninguém.
Esquece que disseram que você precisaria casar um dia, ter filhos, conseguir alguém.
Lembra dos seus limites, do que você faz que te faz chorar sozinha, no quarto rosa que tem um tom na parede que você odeia.
Tudo bem querer ser invisível, eu entendo, a visibilidade te vulnerabiliza, mas não seja invisível por achar que você é errada.
Você tá certa. Certíssima. Sempre esteve. Fazer o que quer é o que é certo.
Continua em frente e mete o pé mesmo. A vida não gosta de gente mole.
E ah, um detalhe: quando sua avó ceder e te deixar alisar os cabelos, CORRE! Vai ficar uma merda e você vai levar uns dez anos pra arrumar 100%.
esse final de semana dividi cerveja com uma família que abriu assunto na roda dizendo: acho que o Jean Wyllys precisava morrer. ele, a Dilma, a Luciana Genro e o Lula.
respirei fundo, pedi um brinde às diferenças.
levaram na brincadeira, continuaram com o discurso: o Bolsonaro tá certíssimo. onde já se viu, mulher ganhar o mesmo que eu e ficar seis meses fora porque tá grávida. que absurdo. ele é mito mesmo, tem meu voto em 2018.
a mulher da roda concorda.
respiro fundo.
mas colega, como a gente faz com aqueles vinte (quando poucos) quilos a mais? e as dores, contrações, mal estar? e os hormônios que ficam loucos? como focar na vida profissional desse jeito?
pede demissão, então. não quer ficar mal, não engravida.
até porque ela engravidou sozinha, né.
devia ter tomado pílula.
o cara devia ter usado camisinha.
incomoda.
a pílula dá mal estar.
mas impede que fique prenha.
a camisinha impede que você seja pai.
ah, mas pra ser pai é só comprar presente no aniversário e dar chocolate escondido da mãe, não tem problema.
uau. um brinde às diferenças, mesmo.
ah, vai dizer que você gosta dessa corja de ladrões?
não entra na questão. entra aqui que você tá protegendo um cara que diz que a sua mãe tinha que ganhar menos porque escolheu ter você.
minha mãe não trabalhava, meu pai não deixava.
e ela obedecia?
claro.
tá explicado.
respirei fundo mais uma vez, acabei com a lata numa golada só.
às vezes, na vida, pra manter o sorriso, a roda, a paciência, a sobriedade e conseguir aguentar os eventos até o final, precisamos, simplesmente, sorrir e brindar às diferenças.
e que diferença, caro leitor.
mais um brinde às diferenças.
respirei fundo, pedi um brinde às diferenças.
levaram na brincadeira, continuaram com o discurso: o Bolsonaro tá certíssimo. onde já se viu, mulher ganhar o mesmo que eu e ficar seis meses fora porque tá grávida. que absurdo. ele é mito mesmo, tem meu voto em 2018.
a mulher da roda concorda.
respiro fundo.
mas colega, como a gente faz com aqueles vinte (quando poucos) quilos a mais? e as dores, contrações, mal estar? e os hormônios que ficam loucos? como focar na vida profissional desse jeito?
pede demissão, então. não quer ficar mal, não engravida.
até porque ela engravidou sozinha, né.
devia ter tomado pílula.
o cara devia ter usado camisinha.
incomoda.
a pílula dá mal estar.
mas impede que fique prenha.
a camisinha impede que você seja pai.
ah, mas pra ser pai é só comprar presente no aniversário e dar chocolate escondido da mãe, não tem problema.
uau. um brinde às diferenças, mesmo.
ah, vai dizer que você gosta dessa corja de ladrões?
não entra na questão. entra aqui que você tá protegendo um cara que diz que a sua mãe tinha que ganhar menos porque escolheu ter você.
minha mãe não trabalhava, meu pai não deixava.
e ela obedecia?
claro.
tá explicado.
respirei fundo mais uma vez, acabei com a lata numa golada só.
às vezes, na vida, pra manter o sorriso, a roda, a paciência, a sobriedade e conseguir aguentar os eventos até o final, precisamos, simplesmente, sorrir e brindar às diferenças.
e que diferença, caro leitor.
mais um brinde às diferenças.
sugestões de leitura de começo de ano, todos da Eliane Brum:
"Como o dia dele, que só parece ser o mesmo. Ou só é o mesmo se ele não for capaz de enxergar a delicadeza, as infinitas pequenas mudanças, a eterna novidade do mundo de que falava Fernando Pessoa, aquele que precisou de pelo menos três heterônimos para dar conta de si.
(...)
Nesse tempo em que ninguém tem tempo para ter tempo, a delicadeza de uma vida parece ter sido relegada à ficção. É no cinema e na literatura que nos enternecemos e derrubamos nossas lágrimas ao testemunhar as sutilezas que esquecemos de enxergar ou não somos capazes de enxergar nos nossos dias de autômatos. Os personagens da ficção têm mais carne que nós, precisamos deles para nos lembrar de quem somos. Os robôs já estão aí, temos agora de reinventar os humanos."
texto completo: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/01/05/opinion/1420458928_791039.html (leiam!)
leitura complementar, explicando a origem do texto acima: http://desacontecimentos.com/desacontecimentos/delicadeza-dos-dias/
e sobre as resoluções de ano novo: http://brasil.elpais.com/brasil/2014/12/22/opinion/1419251053_272392.html
é. 2015 tá aí.
"Como o dia dele, que só parece ser o mesmo. Ou só é o mesmo se ele não for capaz de enxergar a delicadeza, as infinitas pequenas mudanças, a eterna novidade do mundo de que falava Fernando Pessoa, aquele que precisou de pelo menos três heterônimos para dar conta de si.
(...)
Nesse tempo em que ninguém tem tempo para ter tempo, a delicadeza de uma vida parece ter sido relegada à ficção. É no cinema e na literatura que nos enternecemos e derrubamos nossas lágrimas ao testemunhar as sutilezas que esquecemos de enxergar ou não somos capazes de enxergar nos nossos dias de autômatos. Os personagens da ficção têm mais carne que nós, precisamos deles para nos lembrar de quem somos. Os robôs já estão aí, temos agora de reinventar os humanos."
texto completo: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/01/05/opinion/1420458928_791039.html (leiam!)
leitura complementar, explicando a origem do texto acima: http://desacontecimentos.com/desacontecimentos/delicadeza-dos-dias/
e sobre as resoluções de ano novo: http://brasil.elpais.com/brasil/2014/12/22/opinion/1419251053_272392.html
é. 2015 tá aí.
"I felt a funeral in my brain, and mourners to and fro kept treading, treading till I felt that sense was breaking through. And when they all were seated, a service, like a drum, kept beating, beating, till I feltmy mind was going numb. And then I heard them lift a box and creak across my soul with those same boots of lead again, then space began to toll, as if the heavens were a bell and being were an ear, and I, and silence, some strange race wrecked, solitary, here. Just then, a plank in reason broke, and I fell down and down and hit a world at every plunge, and finished knowing then."
1:11We know depression through metaphors. Emily Dickinson was able to convey it in language, Goya in an image. Half the purpose of art is to describe such iconic states.
1:26As for me, I had always thought myself tough, one of the people who could survive if I'd been sent to a concentration camp.
1:35In 1991, I had a series of losses. My mother died, a relationship I'd been in ended, I moved back to the United States from some years abroad, and I got through all of those experiences intact.
1:49But in 1994, three years later, I found myself losing interest in almost everything. I didn't want to do any of the things I had previously wanted to do, and I didn't know why. The opposite of depression is not happiness, but vitality, and it was vitality that seemed to seep away from me in that moment. Everything there was to do seemed like too much work. I would come home and I would see the red light flashing on my answering machine, and instead of being thrilled to hear from my friends, I would think, "What a lot of people that is to have to call back." Or I would decide I should have lunch, and then I would think, but I'd have to get the food out and put it on a plate and cut it up and chew it and swallow it, and it felt to me like the Stations of the Cross.
2:44And one of the things that often gets lost in discussions of depression is that you know it's ridiculous.You know it's ridiculous while you're experiencing it. You know that most people manage to listen to their messages and eat lunch and organize themselves to take a shower and go out the front door and that it's not a big deal, and yet you are nonetheless in its grip and you are unable to figure out any way around it.And so I began to feel myself doing less and thinking less and feeling less. It was a kind of nullity.
3:21And then the anxiety set in. If you told me that I'd have to be depressed for the next month, I would say, "As long I know it'll be over in November, I can do it." But if you said to me, "You have to have acute anxiety for the next month," I would rather slit my wrist than go through it. It was the feeling all the timelike that feeling you have if you're walking and you slip or trip and the ground is rushing up at you, but instead of lasting half a second, the way that does, it lasted for six months. It's a sensation of being afraid all the time but not even knowing what it is that you're afraid of. And it was at that point that I began to think that it was just too painful to be alive, and that the only reason not to kill oneself was so as not to hurt other people.
4:08And finally one day, I woke up and I thought perhaps I'd had a stroke, because I lay in bed completely frozen, looking at the telephone, thinking, "Something is wrong and I should call for help," and I couldn't reach out my arm and pick up the phone and dial. And finally, after four full hours of my lying and staring at it, the phone rang, and somehow I managed to pick it up, and it was my father, and I said, "I'm in serious trouble. We need to do something."
4:40The next day I started with the medications and the therapy. And I also started reckoning with this terrible question: If I'm not the tough person who could have made it through a concentration camp, then who am I? And if I have to take medication, is that medication making me more fully myself, or is it making me someone else? And how do I feel about it if it's making me someone else?
5:08I had two advantages as I went in to the fight. The first is that I knew that, objectively speaking, I had a nice life, and that if I could only get well, there was something at the other end that was worth living for.And the other was that I had access to good treatment.
5:25But I nonetheless emerged and relapsed, and emerged and relapsed, and emerged and relapsed, and finally understood I would have to be on medication and in therapy forever. And I thought, "But is it a chemical problem or a psychological problem? And does it need a chemical cure or a philosophical cure?" And I couldn't figure out which it was. And then I understood that actually, we aren't advanced enough in either area for it to explain things fully. The chemical cure and the psychological cure both have a role to play, and I also figured out that depression was something that was braided so deep into us that there was no separating it from our character and personality.
6:12I want to say that the treatments we have for depression are appalling. They're not very effective. They're extremely costly. They come with innumerable side effects. They're a disaster. But I am so grateful that I live now and not 50 years ago, when there would have been almost nothing to be done. I hope that 50 years hence, people will hear about my treatments and be appalled that anyone endured such primitive science.
6:41Depression is the flaw in love. If you were married to someone and thought, "Well, if my wife dies, I'll find another one," it wouldn't be love as we know it. There's no such thing as love without the anticipation of loss, and that specter of despair can be the engine of intimacy.
7:07There are three things people tend to confuse: depression, grief and sadness. Grief is explicitly reactive.If you have a loss and you feel incredibly unhappy, and then, six months later, you are still deeply sad, but you're functioning a little better, it's probably grief, and it will probably ultimately resolve itself in some measure. If you experience a catastrophic loss, and you feel terrible, and six months later you can barely function at all, then it's probably a depression that was triggered by the catastrophic circumstances. The trajectory tells us a great deal. People think of depression as being just sadness. It's much, much too much sadness, much too much grief at far too slight a cause.
7:56As I set out to understand depression, and to interview people who had experienced it, I found that there were people who seemed on the surface to have what sounded like relatively mild depression who were nonetheless utterly disabled by it. And there were other people who had what sounded as they described it like terribly severe depression who nonetheless had good lives in the interstices between their depressive episodes. And I set out to find out what it is that causes some people to be more resilient than other people. What are the mechanisms that allow people to survive? And I went out and I interviewed person after person who was suffering with depression.
8:37One of the first people I interviewed described depression as a slower way of being dead, and that was a good thing for me to hear early on because it reminded me that that slow way of being dead can lead to actual deadness, that this is a serious business. It's the leading disability worldwide, and people die of it every day.
9:00One of the people I talked to when I was trying to understand this was a beloved friend who I had known for many years, and who had had a psychotic episode in her freshman year of college, and then plummeted into a horrific depression. She had bipolar illness, or manic depression, as it was then known.And then she did very well for many years on lithium, and then eventually, she was taken off her lithium to see how she would do without it, and she had another psychosis, and then plunged into the worst depression that I had ever seen in which she sat in her parents' apartment, more or less catatonic, essentially without moving, day after day after day. And when I interviewed her about that experience some years later -- she's a poet and psychotherapist named Maggie Robbins — when I interviewed her, she said, "I was singing 'Where Have All The Flowers Gone' over and over to occupy my mind. I was singing to blot out the things my mind was saying, which were, 'You are nothing. You are nobody. You don't even deserve to live.' And that was when I really started thinking about killing myself."
10:14You don't think in depression that you've put on a gray veil and are seeing the world through the haze of a bad mood. You think that the veil has been taken away, the veil of happiness, and that now you're seeing truly. It's easier to help schizophrenics who perceive that there's something foreign inside of themthat needs to be exorcised, but it's difficult with depressives, because we believe we are seeing the truth.
10:42But the truth lies. I became obsessed with that sentence: "But the truth lies." And I discovered, as I talked to depressive people, that they have many delusional perceptions. People will say, "No one loves me."And you say, "I love you, your wife loves you, your mother loves you." You can answer that one pretty readily, at least for most people. But people who are depressed will also say, "No matter what we do,we're all just going to die in the end." Or they'll say, "There can be no true communion between two human beings. Each of us is trapped in his own body." To which you have to say, "That's true, but I think we should focus right now on what to have for breakfast." (Laughter) A lot of the time, what they are expressing is not illness, but insight, and one comes to think what's really extraordinary is that most of us know about those existential questions and they don't distract us very much. There was a study I particularly liked in which a group of depressed and a group of non-depressed people were asked to play a video game for an hour, and at the end of the hour, they were asked how many little monsters they thought they had killed. The depressive group was usually accurate to within about 10 percent, and the non-depressed people guessed between 15 and 20 times as many little monsters — (Laughter) — as they had actually killed.
12:06A lot of people said, when I chose to write about my depression, that it must be very difficult to be out of that closet, to have people know. They said, "Do people talk to you differently?" And I said, "Yes, people talk to me differently. They talk to me differently insofar as they start telling me about their experience, or their sister's experience, or their friend's experience. Things are different because now I know that depression is the family secret that everyone has.
12:34I went a few years ago to a conference, and on Friday of the three-day conference, one of the participants took me aside, and she said, "I suffer from depression and I'm a little embarrassed about it,but I've been taking this medication, and I just wanted to ask you what you think?" And so I did my best to give her such advice as I could. And then she said, "You know, my husband would never understand this. He's really the kind of guy to whom this wouldn't make any sense, so I just, you know, it's just between us." And I said, "Yes, that's fine." On Sunday of the same conference, her husband took me aside, and he said, "My wife wouldn't think that I was really much of a guy if she knew this, but I've been dealing with this depression and I'm taking some medication, and I wondered what you think?" They were hiding the same medication in two different places in the same bedroom. And I said that I thoughtcommunication within the marriage might be triggering some of their problems. (Laughter) But I was also struck by the burdensome nature of such mutual secrecy. Depression is so exhausting. It takes up so much of your time and energy, and silence about it, it really does make the depression worse.
13:56And then I began thinking about all the ways people make themselves better. I'd started off as a medical conservative. I thought there were a few kinds of therapy that worked, it was clear what they were --there was medication, there were certain psychotherapies, there was possibly electroconvulsive treatment, and that everything else was nonsense. But then I discovered something. If you have brain cancer, and you say that standing on your head for 20 minutes every morning makes you feel better, it may make you feel better, but you still have brain cancer, and you'll still probably die from it. But if you say that you have depression, and standing on your head for 20 minutes every day makes you feel better, then it's worked, because depression is an illness of how you feel, and if you feel better, then you are effectively not depressed anymore. So I became much more tolerant of the vast world of alternative treatments.
14:46And I get letters, I get hundreds of letters from people writing to tell me about what's worked for them.Someone was asking me backstage today about meditation. My favorite of the letters that I got was the one that came from a woman who wrote and said that she had tried therapy, she had tried medication, she had tried pretty much everything, and she had found a solution and hoped I would tell the world, and that was making little things from yarn. (Laughter) She sent me some of them. (Laughter) And I'm not wearing them right now. I suggested to her that she also should look up obsessive compulsive disorder in the DSM.
15:27And yet, when I went to look at alternative treatments, I also gained perspective on other treatments. I went through a tribal exorcism in Senegal that involved a great deal of ram's blood and that I'm not going to detail right now, but a few years afterwards I was in Rwanda working on a different project, and I happened to describe my experience to someone, and he said, "Well, you know, that's West Africa, and we're in East Africa, and our rituals are in some ways very different, but we do have some rituals that have something in common with what you're describing." And I said, "Oh." And he said, "Yes," he said,"but we've had a lot of trouble with Western mental health workers, especially the ones who came right after the genocide." And I said, "What kind of trouble did you have?" And he said, "Well, they would do this bizarre thing. They didn't take people out in the sunshine where you begin to feel better. They didn't include drumming or music to get people's blood going. They didn't involve the whole community. They didn't externalize the depression as an invasive spirit. Instead what they did was they took people one at a time into dingy little rooms and had them talk for an hour about bad things that had happened to them."(Laughter) (Applause) He said, "We had to ask them to leave the country." (Laughter)
16:41Now at the other end of alternative treatments, let me tell you about Frank Russakoff. Frank Russakoff had the worst depression perhaps that I've ever seen in a man. He was constantly depressed. He was, when I met him, at a point at which every month he would have electroshock treatment. Then he would feel sort of disoriented for a week. Then he would feel okay for a week. Then he would have a week of going downhill. And then he would have another electroshock treatment. And he said to me when I met him, "It's unbearable to go through my weeks this way. I can't go on this way, and I've figured out how I'm going to end it if I don't get better. But," he said to me, "I heard about a protocol at Mass General for a procedure called a cingulotomy, which is a brain surgery, and I think I'm going to give that a try." And I remember being amazed at that point to think that someone who clearly had so many bad experienceswith so many different treatments still had buried in him somewhere enough optimism to reach out for one more. And he had the cingulotomy, and it was incredibly successful. He's now a friend of mine. He has a lovely wife and two beautiful children. He wrote me a letter the Christmas after the surgery, and he said, "My father sent me two presents this year, First, a motorized C.D. rack from The Sharper Image that I didn't really need, but I knew he was giving it to me to celebrate the fact that I'm living on my own and have a job I seem to love. And the other present was a photo of my grandmother, who committed suicide. As I unwrapped it, I began to cry, and my mother came over and said, 'Are you crying because of the relatives you never knew?' And I said, 'She had the same disease I have.' I'm crying now as I write to you. It's not that I'm so sad, but I get overwhelmed, I think, because I could have killed myself, but my parents kept me going, and so did the doctors, and I had the surgery. I'm alive and grateful. We live in the right time, even if it doesn't always feel like it."
18:46I was struck by the fact that depression is broadly perceived to be a modern, Western, middle-class thing, and I went to look at how it operated in a variety of other contexts, and one of the things I was most interested in was depression among the indigent. And so I went out to try to look at what was being done for poor people with depression. And what I discovered is that poor people are mostly not being treated for depression. Depression is the result of a genetic vulnerability, which is presumably evenly distributed in the population, and triggering circumstances, which are likely to be more severe for people who are impoverished. And yet it turns out that if you have a really lovely life but feel miserable all the time, you think, "Why do I feel like this? I must have depression." And you set out to find treatment for it.But if you have a perfectly awful life, and you feel miserable all the time, the way you feel is commensurate with your life, and it doesn't occur to you to think, "Maybe this is treatable." And so we have an epidemic in this country of depression among impoverished people that's not being picked up and that's not being treated and that's not being addressed, and it's a tragedy of a grand order. And so I found an academic who was doing a research project in slums outside of D.C., where she picked up women who had come in for other health problems and diagnosed them with depression, and then provided six months of the experimental protocol. One of them, Lolly, came in, and this is what she said the day she came in. She said, and she was a woman, by the way, who had seven children. She said, "I used to have a job but I had to give it up because I couldn't go out of the house. I have nothing to say to my children. In the morning, I can't wait for them to leave, and then I climb in bed and pull the covers over my head, and three o'clock when they come home, it just comes so fast." She said, "I've been taking a lot of Tylenol, anything I can take so that I can sleep more. My husband has been telling me I'm stupid, I'm ugly. I wish I could stop the pain."
20:47Well, she was brought into this experimental protocol, and when I interviewed her six months later, she had taken a job working in childcare for the U.S. Navy, she had left the abusive husband, and she said to me, "My kids are so much happier now." She said, "There's one room in my new place for the boys and one room for the girls, but at night, they're just all up on my bed, and we're doing homework all together and everything. One of them wants to be a preacher, one of them wants to be a firefighter, and one of the girls says she's going to be a lawyer. They don't cry like they used to, and they don't fight like they did.That's all I need now is my kids. Things keep on changing, the way I dress, the way I feel, the way I act. I can go outside not being afraid anymore, and I don't think those bad feelings are coming back, and if it weren't for Dr. Miranda and that, I would still be at home with the covers pulled over my head, if I were still alive at all. I asked the Lord to send me an angel, and he heard my prayers."
22:00I was really moved by these experiences, and I decided that I wanted to write about them not only in a book I was working on, but also in an article, and so I got a commission from The New York Times Magazine to write about depression among the indigent.
22:13And I turned in my story, and my editor called me and said, "We really can't publish this."
22:18And I said, "Why not?"
22:20And she said, "It just is too far-fetched. These people who are sort of at the very bottom rung of societyand then they get a few months of treatment and they're virtually ready to run Morgan Stanley? It's just too implausible." She said, I've never even heard of anything like it."
22:35And I said, "The fact that you've never heard of it is an indication that it is news." (Laughter) (Applause)"And you are a news magazine."
22:50So after a certain amount of negotiation, they agreed to it. But I think a lot of what they said was connected in some strange way to this distaste that people still have for the idea of treatment, the notion that somehow if we went out and treated a lot of people in indigent communities, that would be an exploitative thing to do, because we would be changing them. There is this false moral imperative that seems to be all around us that treatment of depression, the medications and so on, are an artifice, and that it's not natural. And I think that's very misguided. It would be natural for people's teeth to fall out, but there is nobody militating against toothpaste, at least not in my circles.
23:32And people then say, "Well, but isn't depression part of what people are supposed to experience? Didn't we evolve to have depression? Isn't it part of your personality?" To which I would say, mood is adaptive.Being able to have sadness and fear and joy and pleasure and all of the other moods that we have, that's incredibly valuable. And major depression is something that happens when that system gets broken. It's maladaptive.
23:59People will come to me and say, "I think, though, if I just stick it out for another year, I think I can just get through this."
24:05And I always say to them, "You may get through it, but you'll never be 37 again. Life is short, and that's a whole year you're talking about giving up. Think it through."
24:16It's a strange poverty of the English language, and indeed of many other languages, that we use this same word, depression, to describe how a kid feels when it rains on his birthday, and to describe how somebody feels the minute before they commit suicide.
24:32People say to me, "Well, is it continuous with normal sadness?" And I say, in a way it's continuous with normal sadness. There is a certain amount of continuity, but it's the same way there's continuity between having an iron fence outside your house that gets a little rust spot that you have to sand off and do a little repainting, and what happens if you leave the house for 100 years and it rusts through until it's only a pileof orange dust. And it's that orange dust spot, that orange dust problem, that's the one we're setting out to address.
25:02So now people say, "You take these happy pills, and do you feel happy?" And I don't. But I don't feel sad about having to eat lunch, and I don't feel sad about my answering machine, and I don't feel sad about taking a shower. I feel more, in fact, I think, because I can feel sadness without nullity. I feel sad about professional disappointments, about damaged relationships, about global warming. Those are the things that I feel sad about now. And I said to myself, well, what is the conclusion? How did those people who have better lives even with bigger depression manage to get through? What is the mechanism of resilience? And what I came up with over time was that the people who deny their experience, the ones who say, "I was depressed a long time ago and I never want to think about it again and I'm not going to look at it and I'm just going to get on with my life," ironically, those are the people who are most enslaved by what they have. Shutting out the depression strengthens it. While you hide from it, it grows. And the people who do better are the ones who are able to tolerate the fact that they have this condition. Those who can tolerate their depression are the ones who achieve resilience.
26:19So Frank Russakoff said to me, "If I had it again to do over, I suppose I wouldn't do it this way, but in a strange way, I'm grateful for what I've experienced. I'm glad to have been in the hospital 40 times. It taught me so much about love, and my relationship with my parents and my doctors has been so precious to me, and will be always."
26:41And Maggie Robbins said, "I used to volunteer in an AIDS clinic, and I would just talk and talk and talk,and the people I was dealing with weren't very responsive, and I thought, 'That's not very friendly or helpful of them.' And then I realized, I realized that they weren't going to do more than make those first few minutes of small talk. It was simply going to be an occasion where I didn't have AIDS and I wasn't dying, but could tolerate the fact that they did and they were. Our needs are our greatest assets. It turns out I've learned to give all the things I need."
27:23Valuing one's depression does not prevent a relapse, but it may make the prospect of relapse and even relapse itself easier to tolerate. The question is not so much of finding great meaning and deciding your depression has been very meaningful. It's of seeking that meaning and thinking, when it comes again,"This will be hellish, but I will learn something from it." I have learned in my own depression how big an emotion can be, how it can be more real than facts, and I have found that that experience has allowed me to experience positive emotion in a more intense and more focused way. The opposite of depression is not happiness, but vitality, and these days, my life is vital, even on the days when I'm sad. I felt that funeral in my brain, and I sat next to the colossus at the edge of the world, and I have discoveredsomething inside of myself that I would have to call a soul that I had never formulated until that day 20 years ago when hell came to pay me a surprise visit. I think that while I hated being depressed and would hate to be depressed again, I've found a way to love my depression. I love it because it has forced me to find and cling to joy. I love it because each day I decide, sometimes gamely, and sometimes against the moment's reason, to cleave to the reasons for living. And that, I think, is a highly privileged rapture.
29:05Thank you.
29:09o vídeo/a fonte:
http://www.ted.com/talks/andrew_solomon_depression_the_secret_we_share/transcript?language=en
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