eu venho te superando desde o dia que te conheci.
quando te conheci, descobri que você era gentil – quando superei sua gentileza, aprendi a ser grata. logo depois, veio teu humor: não só bom, ótimo. quando superei que você era engraçado, te enchi de piadas horríveis. você riu. descobri seu grande amor pela música e por todas as coisas boas da vida. isso me diminuiu tanto.
em seguida, descobri o calor do teu abraço.
consegui superá-lo depois de alguns segundos dentro dele. feito isto, abracei-te mais forte. reconheci quão marcante você poderia ser – superei isto e me permiti sentir saudades. vi sua beleza, quão bonito era seu sorriso e quão mais bonito você ficava cada vez que sorria e corria para me abraçar. precisei superar isso rápido, porque eu não podia viver sem teu abraço consolador.
conheci seu lado consolador: superei-o com tanta rapidez que quase não tive tempo para absorvê-lo. seu lado reclamão também me foi superado com uma velocidade incomum: fui obrigada a recebe-lo goela abaixo por noites seguidas repletas de muito, muito álcool na voz. depois disso, entendi e superei seu grande amor pela vida e cresci em mim novamente. superei seu gosto bom assim que pude senti-lo.
sorrimos juntos dessa superação.
reconheci sua sabedoria incomum quando pude apreciá-la paralelamente às tuas conquistas. superei-a com tanta facilidade e pude comemorar tantas outras com você. mas aí você morreu e precisei superar sua falta.
precisei superar que você não poderia mais sorrir, me abraçar, me consolar, dizer que tudo ficaria bem e estar comigo enquanto tudo não estivesse bem. precisei superar a falta que faz não ter um amigo pra quem ligar quando estou chorando de medo.
como se supera a falta de alguém que te fez ser quem você é?
superei isso: você não me ensinou a ser como sou, porque a primeira coisa que você me ensinou e eu superei é que você nunca deve desistir do que se quer e se você desistiu da vida você não pode ter me feito nada porque só se faz de verdade aquilo que se gosta e eu sou de verdade. precisei superar a falta dos seus abraços e o vazio que ficou nos meus dedos sem poder afundá-los no seu peito.
precisava superar você, porque meu eu que devia, mas não foi criado por você já não aguentava mais tantas coisas a serem superadas sem a dor parar. dizem que é melhor sentir dor do que não sentir nada, mas sempre que as dores intermitentes voltavam, eu regava minhas dúvidas.
eu precisei superar você.
e custou: precisei superar muitos outros humores, belezas, sorrisos e gentilezas antes de poder. revoguei muitas vontades. não me permiti superar pessoas.
enclausurei-me.
mas superei. finalmente, lu. finalmente superei que você se foi. e sobre isso eu digo: depois que superei sua morte, superei o futuro que te envolve. e ao superar a falta que você sempre me fará, me permiti ser feliz de novo como nunca tinha sido desde que você se foi.
a pena é que nunca vou poder superar você: nunca vou ser tão feliz quanto se pode ser ao estar com você. mas superei que você se foi e me permito ser feliz. é uma pena que eu precise ser feliz e ficar alegre sem você. mas eu sou. e me permito ser.
que bom.
quando te conheci, descobri que você era gentil – quando superei sua gentileza, aprendi a ser grata. logo depois, veio teu humor: não só bom, ótimo. quando superei que você era engraçado, te enchi de piadas horríveis. você riu. descobri seu grande amor pela música e por todas as coisas boas da vida. isso me diminuiu tanto.
em seguida, descobri o calor do teu abraço.
consegui superá-lo depois de alguns segundos dentro dele. feito isto, abracei-te mais forte. reconheci quão marcante você poderia ser – superei isto e me permiti sentir saudades. vi sua beleza, quão bonito era seu sorriso e quão mais bonito você ficava cada vez que sorria e corria para me abraçar. precisei superar isso rápido, porque eu não podia viver sem teu abraço consolador.
conheci seu lado consolador: superei-o com tanta rapidez que quase não tive tempo para absorvê-lo. seu lado reclamão também me foi superado com uma velocidade incomum: fui obrigada a recebe-lo goela abaixo por noites seguidas repletas de muito, muito álcool na voz. depois disso, entendi e superei seu grande amor pela vida e cresci em mim novamente. superei seu gosto bom assim que pude senti-lo.
sorrimos juntos dessa superação.
reconheci sua sabedoria incomum quando pude apreciá-la paralelamente às tuas conquistas. superei-a com tanta facilidade e pude comemorar tantas outras com você. mas aí você morreu e precisei superar sua falta.
precisei superar que você não poderia mais sorrir, me abraçar, me consolar, dizer que tudo ficaria bem e estar comigo enquanto tudo não estivesse bem. precisei superar a falta que faz não ter um amigo pra quem ligar quando estou chorando de medo.
como se supera a falta de alguém que te fez ser quem você é?
superei isso: você não me ensinou a ser como sou, porque a primeira coisa que você me ensinou e eu superei é que você nunca deve desistir do que se quer e se você desistiu da vida você não pode ter me feito nada porque só se faz de verdade aquilo que se gosta e eu sou de verdade. precisei superar a falta dos seus abraços e o vazio que ficou nos meus dedos sem poder afundá-los no seu peito.
precisava superar você, porque meu eu que devia, mas não foi criado por você já não aguentava mais tantas coisas a serem superadas sem a dor parar. dizem que é melhor sentir dor do que não sentir nada, mas sempre que as dores intermitentes voltavam, eu regava minhas dúvidas.
eu precisei superar você.
e custou: precisei superar muitos outros humores, belezas, sorrisos e gentilezas antes de poder. revoguei muitas vontades. não me permiti superar pessoas.
enclausurei-me.
mas superei. finalmente, lu. finalmente superei que você se foi. e sobre isso eu digo: depois que superei sua morte, superei o futuro que te envolve. e ao superar a falta que você sempre me fará, me permiti ser feliz de novo como nunca tinha sido desde que você se foi.
a pena é que nunca vou poder superar você: nunca vou ser tão feliz quanto se pode ser ao estar com você. mas superei que você se foi e me permito ser feliz. é uma pena que eu precise ser feliz e ficar alegre sem você. mas eu sou. e me permito ser.
que bom.
