sobre panos em tanques, água e conscientização da auto-babaquice

2:11 PM

Hoje mais cedo, depois do almoço, de ter lavado a louça e limpado a cozinha, coloquei os panos da pia dentro do tanque para lavá-los no final de semana.

Subi, tirei minha soneca usual, estudei, fiz as sobrancelhas, coloquei a roupa para lavar e voltei pro computador, onde precisava enviar alguns e-mails e atualizar algumas coisas.

Quarenta minutos depois disso, escutei um barulho de água caindo (em grande quantidade) e fui até a lavanderia num pulo ver o que tinha acontecido. Das duas uma: se a máquina não explodiu, tá vazando.

Acontece que esta que vos fala é uma anta e não tirou os paninhos de dentro do tanque antes de colocar a mangueira de água da máquina lá dentro, o que resultou na linda e magnífica situação de ÁGUA POR TODOS OS CANTOS.

Desde que me conheço por gente peço encarecidamente pro mundo ser menos reclamão, aprender a aceitar os próprios erros e, ao invés de incriminar a todos, apenas aceitá-los e remendá-los na medida do possível.

Quando enxerguei aquela água toda por toda a minha lavanderia, entrei em colapso nervoso. Não sabia o que fazer. Tinha água nos baldes que estavam no chão, pegando os panos, o aparador de porta, as plantas nadavam e tudo o que pesava menos de 5kg estava boiando.

Parei por dois segundos e, mesmo que eu quisesse - muito - gritar de desespero, respirei fundo. E pensei: desligar a máquina, tirar os panos, tirar as plantas e coisas que boiam, escorrer a água pro ralo e secar com um pano.

E fiz. Em menos de dez minutos tudo estava seco, lindo, pronto e tão limpo quanto não estava há muito tempo...

A questão é: reclamo de gente que grita, põe a culpa nos outros, não assume as responsabilidades e sequer tenta consertar os erros o tempo todo, mas se eu não tivesse parado pra pensar, teria feito o mesmo.

E a toa! Porque aqui estou eu, há menos de 5 minutos do acontecido, com os dois braços, pernas, nariz (um só) e TUDO OK! Não arrancou pedaço, não custou nada, nem sequer deu falta de ar.  E mesmo assim, tive vontade de berrar e culpar o universo.

O fato d'eu ter pensado e agido calmamente de uma forma viável e prática faz de mim o que? Relapsa, quando não pensar? Cética, porque pensei?

E aí pensei sobre todas as outras coisas que julgo importante nos outros e, por isso, aplico em mim: educação, gratidão, alegria, uma pitadinha de sentimentalismo, simpatia, empatia, auto-estima e, sobretudo, amor.

Por fim, agradeci. Agradeci a Deus, porque sou o que quero que as pessoas sejam pra mim. Agradeci, porque tenho noção de que não sou perfeita e em muitos momentos ajo por impulso, não penso e acabo fazendo meleca e culpando o mundo por problemas que são exclusivamente meus. Veja bem: quem colocou os paninhos pra lavar?

E mesmo quando não falo de paninhos, mesmo quando falo com alguém num tom errado ou esqueço de fazer alguma coisa importante. Os erros que você comete são de sua responsabilidade sempre.

O direito de errar pertence ao ser humano, mas os deveres de se redimir, arrepender, de tentar melhorar também o pertencem. E que bom! Que bom que pude perceber que sou uma babaquinha qualquer que, se não parar pra pensar, age como quem odeia.

Um dia bom pra entender aquela música do Raul Seixas, que diz: "É você olhar no espelho, se sentir um grandessíssimo idiota. Saber que é humano, ridículo, limitado que só usa dez por cento de sua cabeça animal... E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial; que está contribuindo com sua parte para o nosso belo quadro social."

É, acho que tá bom! 

:-)

Contudo, sigo assim: humana babaca, mas sempre em evolução.

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